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Suzane Von Richthofen é autorizada a sair da prisão para cursar faculdade

Presa desde 2004, Suzane está em regime semiaberto desde outubro de 2015, quando passou a ter direito a saídas temporárias

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação
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Em decisão liminar, a Justiça de São Paulo autorizou a saída temporária de Suzane Von Richthofen para cursar Farmácia, na Faculdade Anhanguera no interior do Estado. O pedido foi protocolado em 12 de agosto, pois as aulas começariam em 16 de agosto.

A decisão do desembargador relator, José Damião Cogan, foi feita na sexta-feira (10).  O Ministério Público apresentou um parecer contrário à saída da detenta, afirmando que não seria possível garantir a sua segurança. 

Para o Tribunal de Justiça, Suzane cumpre os requisitos para frequentar o curso por apresentar bom comportamento. 

"Se o que a lei almeja é a reintegração social não há razão para que a mesma fique sem frequentar a faculdade onde conseguiu matrícula e financiamento de seu curso, tendo sido aprovada no Enem", afirmou o desembargador na decisão.

A Secretaria da Administração Penitenciária informou, por nota, que não foi notificada sobre a decisão judicial até o momento. Além disso, também em nota, a pasta disse que a direção da Penitenciária Feminina "Santa Maria Eufrásia Pelletier" de Tremembé não foi comunicada da decisão judicial.

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Suzane Von Richthofen foi condenada a 39 anos de prisão acusada de planejar e participar da morte dos pais, em 2002. Atualmente, ela cumpre regime semiaberto na Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia de Tremembé, que fica a cerca de nove quilômetro da faculdade.

Entenda o caso de Suzane Von Richthofen

Foto: wikipedia
Suzane, Andreas, Marísia e Manfred von Richthofen

Em 2002, num bairro nobre de São Paulo, as mortes de Manfred e Marísia von Richthofen chocaram o país. O casal foi atingido com diversos golpes na cabeça por dois agressores: os irmãos Cravinhos  (Daniel e Cristian Cravinho).

O homicídio planejado pela filha do casal, Suzane, foi motivado pela desaprovação dos pais em relação ao namoro dela com Daniel Cravinho.

Na noite de 31 de outubro, após deixarem Andreas, irmão de Suzane, em uma lan house, o trio seguiu para a mansão dos von Richthofen onde cometeu o ato. Manfred e Marísia não resistiram aos golpes violentos dos irmãos Cravinhos. 

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A mãe foi encontrada com uma toalha ensanguentada na boca. Durante a investigação, foi revelado que mesmo após ser golpeada várias vezes por Cristian, ela ainda estava viva produzindo "roncos", então usaram a peça como alternativa para acabar com os sons. 

Com o crime executado, o trio tentou forjar uma cena de assalto terminado em morte. Suzane, sabendo onde o pai guardava dinheiro, pegou cerca de oito mil reais, seis mil euros e cinco mil dólares, além de algumas joias pertencentes ao casal. O montante foi usado para pagar a parte de Cristian. 

Numa tentativa de produzir o álibi, o casal alugou uma suíte em um motel na Zona Sul de São Paulo onde ficou até às 03h da madrugada. Em seguida, eles buscaram Andreas e retornaram ao local do crime. 

Na mansão, encontraram as portas abertas. Daniel fez a ligação para a polícia relatando a possibilidade de um assalto na casa de sua então namorada. 

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A cena encontrada pela polícia, a casa toda organizada, exceto pelo quarto do casal, e a reação de Suzane, levantaram suspeitas. O policial Alexandre Boto contou  que ela ao receber a notícia da morte dos pais, perguntou: "O que eu faço agora, qual o procedimento?" 

Foto: Divulgação

A possibilidade de latrocínio foi descartada rapidamente durante a investigação e ao descobrirem que o relacionamento entre Suzane e Daniel não era aceito pela família, os dois foram colocados como principais suspeitos de cometerem o crime. 

Cristian Cravinho foi o primeiro a admitir sua participação na execução do casal von Richthofen. Ele foi chamado para depor após realizar a compra de uma motocicleta com dólares. 

O julgamento durou cinco dias, todos os réus foram julgados culpados da prática do duplo homicídio qualificado. 

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