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Sindirodoviários oficializa recusa à proposta do governo do ES sobre volta dos cobradores

Advogado do sindicato encaminhou, nesta quarta-feira, um documento à Justiça do Trabalho, informando que não aceita acordo proposto pelo Estado

Rodrigo Araújo

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação
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O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Espírito Santo (Sindirodoviários-ES) apresentou à Justiça do Trabalho, nesta quarta-feira (29), sua posição contrária à proposta apresentada pelo governo do Estado e pelo Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus), com relação à volta dos cobradores aos ônibus do sistema Transcol.

Em documento assinado pelo advogado Rafael Burini Zanol, o Sindirodoviários afirma que há uma "nítida ausência de sintonia entre aquilo que foi apresentado pelo Estado do Espírito Santo, na audiência realizada no dia 21 de setembro de 2021, e a proposta apresentada pelo GVBus sobre o retorno dos trabalhadores.

"Está nítido que as entidades acima mencionadas propõem diferentes formas de retorno dos cobradores a seus postos de trabalho, principalmente no que tange ao número de cobradores que voltarão a trabalhar caso as propostas sejam aceitas", destacou o advogado na manifestação encaminhada à desembargadora Daniele Correa Santa Catarina, vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (TRT-17).

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"O Estado do Espírito Santo sequer apresentou formalmente uma proposta, limitando-se a se remeter aquilo que foi informado na audiência de 21 de setembro de 2021, o que em nosso entendimento indica uma brutal falta de sensibilidade e empatia com a vida de aproximadamente 3.000 chefes de família que podem perder seus empregos", completou o advogado do Sindirodoviários.

Na manifestação, o sindicato também reiterou sua proposta, de que os cobradores retornem imediatamente a seus postos de trabalho, como era até o início da pandemia da covid-19.

O Sindirodoviários cita o fato de as atividades econômicas e sociais já estarem liberadas no Espírito Santo, inclusive a realização de shows e eventos para até 600 pessoas, e afirma que "não existe qualquer motivo, seja sanitário ou econômico, que impeça a volta dos cobradores a seus postos de trabalho".

Diretor já havia dito que proposta seria recusada

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Na manhã desta quarta-feira, o diretor do Sindirodoviários Miguel Leite adiantou que o sindicato havia considerado "indecente" a proposta do governo, de voltar com 20% dos cobradores aos postos de trabalho até o fim do ano. 

"Vamos recusar a proposta. Decidimos em nossa última reunião e foi decidido aguardar o julgamento judicial. Achamos a proposta muito indecente. Já temos um tempo aguardando uma solução para nossos colaboradores", disse o diretor, na ocasião.

A proposta do governo estadual era que todos os cobradores voltassem para dentro dos ônibus do Transcol até fevereiro do ano que vem, em um retorno escalonado. Atualmente, segundo o governo, cerca de 1,6 mil trabalhadores estão registrados como cobradores no sistema.

O outro lado

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A Secretaria Estadual de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) informou que não apresentará um plano alternativo e que vai aguardar a decisão da Justiça sobre o assunto. Assim, o impasse entre trabalhadores, empresários do sistema de transporte de passageiros e o Estado continua.

"Não vamos oferecer nenhuma contraproposta e ainda não agendamos nenhuma outra reunião com o governador do Estado. Vamos insistir e aguardar a resposta da Justiça", declarou o diretor do Sindirodoviários.

Durante a audiência de conciliação realizada no último dia 21, a desembargadora Daniele Corrêa Santa Catarina decidiu que o Estado deveria apresentar um plano de retorno dos cobradores aos ônibus sem ar-condicionado até dezembro. O plano passaria pela análise do Sindirodoviários, que recusou a primeira proposta.

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