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Especialistas dizem que vulcão nas Ilhas Canárias não deve causar tsunami no Brasil

Assunto virou notícia e movimentou as redes sociais no país nesta quinta-feira

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução / Nasa
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A possibilidade de que, nos próximos dias, uma provável erupção de um vulcão localizado nas Ilhas Canárias provoque um tsunami no litoral do Brasil virou notícia e agitou as redes sociais nesta quinta-feira (16). No entanto, a dúvida é saber se o vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma, na costa norte da África, teria esse poder.

A reportagem do portal R7 ouviu especialistas no assunto, que disseram que eventuais ondas gigantes no litoral brasileiro são extremamente improváveis. 

A última vez que o vulcão Cumbre Vieja entrou em erupção foi na década de 1970 e pode permanecer mais algumas centenas de anos sem grandes atividades sísmicas.

O professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) Lucas Rossetti, especialista em rochas vulcânicas, explicou ao R7 que um tsunami causado por uma erupção a partir de uma ilha vulcânica é um evento que ocorre uma vez a cada 20 mil anos.

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“A probabilidade disso [o tsunami] ocorrer é muito pequena. Esses eventos geológicos ocorrem em escalas de dezenas de milhares de anos. A cada 10 mil, 20 mil anos, nós teremos esse tipo de evento acontecendo.”

Outro ponto que favorece o Brasil a fugir de tais desastres é que a atividade vulcânica nas ilhas do Atlântico — oceano que banha o país — é baixíssima. 

O professor do departamento de Geofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Aderson Nascimento destacou que o último evento desse tipo, nestas águas, aconteceu no século 18, em Portugal.

“O Atlântico não é um local que tenhamos registros de tsunami. Talvez o registro mais claro que tenhamos seja no terremoto de Lisboa, em 1755. O foco não foi em Lisboa, mas sim no Atlântico. [...] Foi um evento extremamente forte.”

Ainda de acordo com Nascimento, há registros de elevação do mar brasileiro na época da colonização portuguesa, mas que não apontam grandes destruições. Segundo o professor da UFRN, é mais fácil ser atropelado por um carro na rua do que um tsunami chegar ao país após erupção nas Ilhas Canárias.

Atividade vulcânica em La Palma

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Rossetti explica que registros de atividades sísmicas foram se intensificando em La Palma nos últimos dias. Entretanto, nesta quinta, deslocamento de lava sob a Terra diminuiu. 

O professor destaca que a partir de agora a ilha pode ficar centenas de anos sem qualquer outro evento desse tipo.

“De ontem para hoje a atividade sísmica diminuiu muito. Então, se nos próximos dias essa atividade for diminuindo gradativamente ou a gente tiver o fim da atividade sísmica, significa que o magma se movimentou para uma zona mais rasa e parou. Ele pode ficar centenas de anos resfriando antes de uma erupção.”

Rossetti ressaltou também que, ainda que o Cumbre Vieja entre em erupção, seu tipo de magma apresenta uma viscosidade baixa, “que flui como água”. Segundo ele, a tendência de expelir a lava e não causar explosões também diminui a chance de promover uma catástrofe.

Entretanto, se todas as possibilidades forem desafiadas e um tsunami realmente acontecer a partir da atividade vulcânica em La Palma, Nascimento garante que teríamos horas para nos preparar para a chegada das ondas gigantes.

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“Se houver um tsunami catastrófico, o qual a probabilidade é baixíssima, a gente teria algumas horas para, digamos assim, evacuar as áreas atingidas. E ainda assim não existe no Brasil, e em muitos lugares do mundo, como saber de que forma essas ondas iriam interagir com o litoral do país.”

*Com informações do portal R7

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