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ONU aponta novas evidências de que Coreia do Norte está violando sanções

Estadão Conteudo

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A Coreia do Norte está encontrando brechas significativas nas sanções econômicas globais, de acordo com um novo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU). O documento menciona novas evidências de venda de armas ilícitas, além de negociações financeiras ilegais.

Ainda confidencial, o relatório preparado por um painel da ONU que monitora o cumprimento de sanções afirma que a Coreia do Norte vendeu armas para a Síria, o Iêmen, a Líbia e outros países de zonas de conflito pelo mundo. Os investigadores detectaram um massivo aumento nas importações de combustível por meio de transferências envolvendo navios chineses e russos. O relatório cita ainda diversos exemplos de envios de carvão da Coreia do Norte para a China em procedimentos estruturados de forma a evitar vigilância.

A avaliação do painel da ONU é que o comércio ilegal está enfraquecendo os esforços dos Estados Unidos para pressionar o regime norte-coreano a abandonar seu programa nuclear.

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"Tais violações tornam ineficiente as últimas sanções porque driblam a limitação à importação pela Coreia do Norte de petróleo e derivados, assim como o banimento à importação de carvão imposto em 2017", alertam os especialistas da ONU no relatório. O documento foi obtido pelo jornal The Wall Street Journal.

A China e a Rússia rejeitam as acusações dos Estados Unidos de que os países não estão contribuindo para reforçar as sanções. A Coreia do Norte questiona a legalidade dessas sanções.

Relatórios do painel da ONU são eventualmente tornados públicos, mas uma desavença entre Estados Unidos e Rússia sobre algumas das informações tem mantido o documento em confidencialidade até o momento. Os Estados Unidos agendaram uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para segunda-feira com o objetivo de desafiar a Rússia sobre seus esforços e para colocar um olhar cético sobre as entregas de combustível e petróleo, segundo informou um diplomata das Nações Unidas.

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O relatório foi elaborado após um encontro em maio entre o presidente norte-americano Donald Trump e o líder da Coreia do Norte Kim Jong Un. A reunião era dedicada à desnuclearização da península coreana e à normalização das relações. Esforços diplomáticos não têm avançado desde então, mas os dois países estão tentando reavivar as conversas.

As descobertas do painel da ONU são a mais recente indicação de que a Coreia do Norte continua a se envolver em atividades proibidas ao mesmo tempo em que se engaja nos esforços diplomáticos. As fronteiras fechadas e o fluxo de informações limitado da Coreia do Norte tornam mais difícil acessar o quão profundo é o impacto das sanções na economia do país. Acredita-se que tenha havido impacto no ano passado, quando a economia pode ter encolhido.

Embora ainda haja alguns sinais de pressão econômica, ela é agora menos aguda. Depois de triplicarem no ano passado com a imposição do limite de importações, os preços de combustível estão voltando aos níveis anteriores, de acordo com dados coletados pelo site NK Daily, baseado na Coreia do Sul.

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Investigadores da ONU citam no relatório evidencias de que traficantes de armas da Síria fecharam um acordo para rebeldes no Iêmen para compra de tanques, granadas, mísseis e uma série de outras armas da Coreia do Norte. Os traficantes ainda podem ter intermediado acordos com o Sudão na compra de sistemas antitanques norte-coreanos, afirmou o relatório. Foram documentadas ainda uma série de visitas de técnicos norte-coreanos à fábricas militares na Síria no ano passado.

O documento da ONU também afirma que foram encontradas mais de 200 joint ventures chinesas com a Coreia do Norte, um tipo de colaboração que foi banido no ano passado pelo Conselho de Segurança. De acordo com o Departamento do Tesouro norte-americano, essas companhias conduziram um grande número de negócios, incluindo desenvolvimento de softwares e construção.

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Na Rússia, que também foi criticada pelo que os EUA e os oficiais da ONU dizem ser um relaxamento do cumprimento de sanções, os investigadores encontraram 39 joint ventures.

Agentes financeiros norte-coreanos continuam a operar na Rússia e na China, segundo o relatório da ONU. Abrir e gerir contas bancárias permite à Coreia do Norte obter receitas ilícitas geradas em outros países. Quando as contas foram fechadas na União Europeia, os operadores apenas transferiram os fundos para outras na Ásia, segundo a ONU.

"Sanções financeiras permanecem sendo as mais fracamente implementadas e uma das medidas mais dribladas no regime de sanções", diz o documento da ONU. Segundo a investigação, agentes operam em ao menos cinco países, com "aparente impunidade". Fonte: Dow Jones Newswires.

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