Mulher que acusa indicado à Suprema Corte de abuso sexual testemunhará na quinta
A americana que acusa o juiz indicado pelo presidente Donald Trump para a Suprema Corte dos EUA, Brett Kavanaugh, de assédio sexual testemunhará no Congresso na quinta-feira, 27, informaram as partes envolvidas neste domingo, 23.
Os advogados de Christine Blasey Ford e os representantes do Comitê de Assuntos Judiciais chegaram a um acordo. "Conseguimos um avanço importante", disseram Debra S. Katz, Lisa J. Banks e Michael R. Bromwich. "A doutora Ford acredita que é importante que os senadores escutem diretamente dela sobre a agressão sexual da qual foi vítima. Ela concordou em testemunhar."
Taylor Foy, próximo ao senador republicano Chuck Grassley, confirmou o acordo. Os advogados de Christine afirmaram que ela se apresentará ao Senado na quinta-feira às 10h da manhã (local), e aceitaram a decisão do comitê de não obrigar Mark Judge a depor. Ele é um amigo de Kavanaugh que, segundo a americana, estava presente no dia do suposto crime.
Contudo, ainda não foi anunciado quem interrogará Christine. Os 11 republicanos do comitê - todos homens - estavam tentando levar uma advogada para falar com ela. O que se sabe é que Kavanaugh estará presente na audiência.
Veracidade da acusação
Um democrata do comitê disse que a acusadora merece uma audiência justa para determinar se sua denúncia de assédio sexual seria o suficiente para rechaçar a nomeação de Kavanaugh à Suprema Corte.
O senador Dick Durbin reconheceu que os legisladores "provavelmente" não poderão saber a verdade sobre a acusação de Christine de que Kavanaugh abusou sexualmente dela durante uma festa quando eram adolescentes.
Durbin indicou que os democratas provavelmente perguntarão sobre os antecedentes de consumo de álcool do juiz, já que Christine disse que ele estava "bêbado" quando o crime aconteceu.
No programa "This Week", da emissora ABC, Durbin ressaltou que alguns republicanos "se aproximaram de senadores democratas e garantiram a eles que consideravam isso uma espécie de determinação sobre seu voto final" em relação a Kavanaugh.
Detalhes como a ordem dos testemunhos estão sob negociação e espera-se que as discussões continuem ainda neste domingo.