Condutores clandestinos se passam por motoristas de aplicativo no Aeroporto de Vitória

Diversos motoristas clandestinos estão se passando por motoristas de aplicativo no Aeroporto de Vitória. A prática foi flagrada pela equipe da TV Vitória nesta sexta-feira (28) e revela prejuízos para profissionais regularizados e risco para os passageiros que necessitam desse tipo de transporte.

Os clandestinos utilizam placas e até adesivos indicando a empresa de transporte por aplicativo a qual supostamente pertencem. De acordo com o presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativo no Espírito Santo (Amapes), Luiz Fernando Muller, motoristas regularizados não podem fazer ponto.

São todos motoristas clandestinos, nossa profissão não permite, nem a legislação, que nós façamos pontos em frente a aeroportos ou quaisquer outros lugares. Somente podemos atender se acionados por aplicativo. O passageiro aciona, ele recebe a chama, embarca o passageiro, e vai embora.", afirma Muller.

A presença desses clandestinos já foi flagrada por várias pessoas em celulares, inclusive a discussão de um deles com um passageiro. Veja o vídeo abaixo:

A equipe da TV Vitória flagrou alguns deles exibindo as plaquinhas. Em determinado momento, eles combinam o valor da corrida. Quando a equipe se aproxima, eles escondem as placas. Quando questionados se eram mesmo motoristas de aplicativo, já que faziam o que não é permitido, nenhum deles quis falar.

Por meio de nota, a Infraero diz que já detectou esse problema, tem informado o fato aos órgãos de fiscalização e colocado avisos sonoros no saguão do aeroporto para alertar aos passageiros. Isso porque, além da prática prejudicar duas categorias: taxistas e verdadeiros motoristas de aplicativo, oferece risco para usuários.

"O motorista que é cadastrado no aplicativo, tem que passar por uma série de exigências que são: antecedentes criminais, carteira de motorista e documentação do carro validada... Infelizmente essas pessoas que se dizem motoristas de aplicativos, não dão garantia de que levarão o passageiro para o local correto, que está com preço correto... E mais ainda, se sofrer algum acidente, não será segurado. Não sabemos até que ponto isso é prejudicial", comenta Luiz Fernando.

Estacionamento irregular

A Amapes também diz que os clandestinos cometem outra infração: estacionamento dos carros em local proibido. Sendo assim, os infratores deveriam ser multados. Quem está regularizado diz que falta fiscalização, que deve ser feita pela Guarda Municipal de Vitória. "Nós já fizemos várias denúncias enquanto motoristas e associação, eles fiscalização, chegam a abordar as pessoas, mas eles vão embora e logo em seguida as pessoas retornam para a atividade ilegal", diz o presidente da Amapes.

Fiscalização

Por meio de nota, a Secretaria de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana de Vitória (Setran) informa que os motoristas que trabalham para empresas credenciadas na Prefeitura para atuar como operadoras de tecnologia de transportes só podem receber passageiro por meio do aplicativo. 

Segundo a Setran, obter passageiros de forma diversa e não especificada tem enquadramento como transporte clandestino e os motoristas podem ser multados em R$ 960,34. Em caso de reincidência, o valor vai a R$ 1.440,51.

A Setran informa ainda que possui uma equipe de fiscalização ao transporte clandestino que atua em parceria com a Guarda Municipal e são realizadas mensalmente cerca de 20 ações de fiscalização. "Durante o ano de 2018 já foram realizadas 174 ações de fiscalização ao transporte clandestino que resultaram em 31 veículos autuados. O órgão informa ainda que no Aeroporto existem 75 táxis fixos atuantes, além do apoio de táxis de outros pontos quando há aumento de demanda e voos", diz a secretaria.

A secretaria afirma que os motoristas que trabalham com transporte particular por aplicativo também podem atuar no Aeroporto e em qualquer outro local da cidade desde que respeitem as regras de trânsito referente a estacionamentos e somente devem receber passageiros pelo aplicativo. Denúncias podem ser feitas pelo telefone 156.

O que diz a Uber

De acordo com a Uber, todas as viagens da empresa necessariamente só podem ser realizadas por meio do aplicativo, onde o usuário solicita um carro ao toque de um botão e recebe, via app, informações do motorista parceiro que vai buscá-lo, como nome, foto, além de modelo e placa do veículo. 

Dessa forma, a empresa alerta que qualquer viagem feita fora desses padrões não é uma viagem de Uber e, portanto, não dispõe das diversas ferramentas de tecnologia e processos de segurança oferecidas pela plataforma, nem é coberta pelo seguro APP que cobre acidentes pessoais durante viagens na plataforma.

"Importante ressaltar que a oferta de viagens fora da plataforma configura uma violação aos Termos e Condições de adesão ao aplicativo. Temos equipes e tecnologias próprias que constantemente analisam viagens suspeitas para identificar violações aos Termos e Condições e, caso comprovadas, banir os envolvidos", informa a Uber.

Veja a reportagem: