"Eu não quero nem saber quem é culpado", diz mãe de jovem morto em tragédia na BR 101
Por conta das mortes, a prefeitura de Domingos Martins decretou luto na cidade
Os familiares do membro do grupo de dança alemã Aloísio Endlich, uma das vítimas do grave acidente que aconteceu na BR 101, em Mimoso do Sul, contaram que receberam a informação através das redes sociais. De acordo com a irmã do jovem, Fernanda Endlish, a família recebeu a ligação de um amigo avisando que a notícia circulava na internet.
"Aí começou a bater aquele desespero. Imediatamente nós acessamos e vimos que realmente era com o carro que ele [Aloísio] estava voltando [de Juiz de Fora]. Aí começou aquela angústia de saber se realmente ele era uma das vítimas, qual era o número real das vítimas e nós tivemos acesso a essas informações no final da tarde, quase por volta das 18 horas. Nós ficamos muito tempo sem notícia nenhuma", contou.
A irmã da vítima disse que tudo tem sido muito triste. "Foi muito triste e ainda está sendo muito doloroso. Confesso que é um buraco que abre nas suas pernas e parece que não tem fim, que você cai nele infinitamente. É uma dor muito grande e infelizmente mais uma vítima de imprudência no trânsito", afirmou.
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Indignada, ele pede para que medidas sejam tomadas para que acidentes assim não voltem a acontecer. "
Por conta do acidente, envolvendo os membros do grupo de dança alemã de Domingos Martins, a prefeitura do município decretou luto.
"Ele sabia que os colegas estavam morrendo queimados"
Um dos sobreviventes foi o adolescente Willian José Mayer, de 17 anos. Ele é membro do grupo de dança desde os cinco anos e costumava viajar para realizar apresentações fora do Estado. Segundo o pai do jovem, Edvaldo Sobreira, ele estava acordado durante o acidente e afirmou ter recebido ajuda para sair de dentro do micro-ônibus.
"Eu conversei com ele ontem, por volta das 18 horas, quando eu cheguei aqui [no hospital] e ele comentou que foi muito rápido. Ele viu o que estava acontecendo, mas não tinha como fazer nada. Ele sabia que os colegas estavam morrendo queimados. É muito triste. Ele estava na frente, do lado do carona. Ele falou que foi um impacto muito forte. Aí começou uma gritaria. Uns conseguiram sair, ele precisou de ajuda e graças a Deus conseguiu. Agora é agradecer a Deus pelos sobreviventes e pedir para confortar as famílias dos que, infelizmente, não estão mais com a gente. A cidade está em choque", relatou o pai.
Ele contou que recebeu um telefonema de um primo avisando sobre o que havia acontecido, mas não tinha noção da real situação. "Eu recebi um telefonema de um primo meu, inclusive a filha dele também estava no coletivo. Ele falou que tinha acontecido esse acidente, mas eu não imaginava que era essa gravidade. Eu consegui falar com uma menina do grupo que disse que ele estava bem e havia sido socorrido. Mas eu não imaginava que teria essa quantidade de vítimas num acidente tão cruel. Não tem explicação", explicou.
"Eu não quero nem saber quem é culpado"
Outra vítima do acidente conseguiu conversar com a mãe, por telefone, horas antes da batida. De acordo com a empresária Anelize Saar, a pior parte vem agora, que é reconhecer o corpo do filho dela, Pedro Lucas Saar Dias, de 16 anos.
A mãe do adolescente ainda disse que não quer saber quem foi o culpado e nem quer justiça. "