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Criança desaparecida em 1976 pode ser a "Clarinha", internada em hospital desde 2000

Após exames faciais, equipe da Força Nacional de Segurança observou que haveria compatibilidade com uma criança desaparecida em fevereiro de 1976, em Guarapari, quando tinha 1 ano e nove meses de idade

Nadine Silva Alves

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução / TV Vitória
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A história da mulher conhecida como “Clarinha”, que chegou ao Hospital da Polícia Militar (HPM) em 2000, pode enfim ter um desfecho. Em meados de 2020, uma equipe composta por um perito e três papiloscopistas da Força Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, que atuou no Espírito Santo, tomou conhecimento do caso. Após exames faciais, concluiu que Clarinha tem compatibilidade com uma menina desaparecida em 1976. 

Em contato com o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), a equipe obteve autorização para auxiliar na tentativa de identificação da paciente. Os profissionais utilizaram o processo de comparação facial, com buscas em bancos de dados de pessoas desaparecidas com características físicas semelhantes às de “Clarinha”. 

A partir dessas buscas, a equipe observou que haveria compatibilidade com uma criança desaparecida em fevereiro de 1976, na cidade de Guarapari, quando tinha 1 ano e nove meses de idade. Na época dos fatos, a família dela, que é de Minas Gerais, passava férias no Estado. 

Leia mais: Caso Clarinha: mais de 10 pessoas realizaram exame de DNA e duas ainda aguardam resultado

Reconhecimento facial 

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Para a confirmação das semelhanças físicas entre a menina desaparecida e “Clarinha”, foi solicitada a realização de exame de reconhecimento facial por uma empresa especializada neste trabalho localizada no Paraná. Com esses novos elementos, o MPES requisitou ao Laboratório Tomasi o perfil genético de “Clarinha”. 

Após essa coleta mais recente, iniciada com o processo de comparação facial, o Ministério Público enviou o material genético de “Clarinha” para a Polícia Civil de Minas Gerais, que mantém arquivado o perfil genético dos pais da criança desaparecida em Guarapari. 

O MP capixaba solicitou a comparação entre os perfis genéticos e, nesse momento, aguarda o resultado dos procedimentos adotados pela Polícia Civil mineira.

O Jornal Online Folha Vitória questionou a Polícia Civil a previsão para o resultado. Assim que responderem, a matéria será atualizada. 

Entenda a busca pela identidade da "Clarinha" 

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O MPES, por meio da 28ª promotora de Justiça Cível de Vitória, informou que tem feito um trabalho intenso ao longo dos anos para buscar familiares ou conhecidos de uma paciente que aparenta ter cerca de 40 anos e está internada no Hospital da Polícia Militar (HPM), em estado vegetativo desde 2000. 

Ela foi atropelada no Centro de Vitória-ES e não foram encontrados documentos ou pessoas que a reconhecessem. De acordo com relatos de testemunhas, ela estava fugindo de um perseguidor, também não identificado, e correu para o meio de uma avenida movimentada no Centro de Vitória, onde foi atropelada por um ônibus. 

Levada para o antigo Hospital São Lucas, passou por diversas cirurgias. O cérebro foi afetado, impedindo que ela retornasse de um coma profundo. Sem documentos e com as digitais desgastadas, buscou-se, em um primeiro momento, encontrar algum conhecido entre as testemunhas do acidente, mas ninguém tinha informações da paciente. 

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Em seguida, “Clarinha” foi transferida para o HPM, onde continua até hoje, sendo tratada pelo corpo médico e pelos enfermeiros. Ela ganhou o apelido de “Clarinha” por indicação de uma das enfermeiras que a acompanham desde o momento em que chegou ao hospital.

O MPES passou a atuar no caso a partir de demanda recebida do HPM, que pediu a ajuda ministerial para identificar "Clarinha" e seus familiares. A hoje procuradora de Justiça Edwirges Dias, que na época atuava como promotora de Justiça Cível de Vitória, expediu ofícios para diversas instituições públicas que integraram uma campanha para saber quem é “Clarinha”.

Posteriormente, a demanda foi encaminhada ao Grupo Especial de Trabalho Social (Getso) do MPES. Coordenado pela promotora de Justiça Arlinda Maria Barros Monjardim, o Getso atuou em diversas frentes, expedindo ofícios, fazendo diligências e cobrando perícias.

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Também por iniciativa do Ministério Público Estadual, foram divulgadas informações do caso em veículos de comunicação locais e nacionais. Buscou-se ainda auxílio junto a outros Ministérios Públicos, em bancos de dados de pessoas desaparecidas, em delegacias e junto a registros da Polícia Federal.

Com a extinção do Getso, a promotora de Justiça Arlinda Maria Barros Monjardim, atuando como 28ª promotora de Justiça Cível de Vitória, continuou os trabalhos de investigação, adotando diversas providências e expandindo o espectro de busca pela identificação.

Foto: Reprodução / TV Vitória

Exames de DNA 

Após repercussão nacional em 2016, 102 famílias procuraram o MPES tentando identificar “Clarinha” como uma possível parente desaparecida. Desse total, 22 casos chamaram mais atenção, pelas fotos ou pela similaridade dos dados próximos ao perfil de “Clarinha”.

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Depois de uma triagem mais detalhada, quatro casos foram descartados, devido à incompatibilidade de informações ou pelo fato de as pessoas procuradas já terem sido encontradas. O MPES dividiu as 18 pessoas restantes em dois grupos para a realização dos exames de DNA. No entanto, os resultados mostraram-se incompatíveis para traços familiares.

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