JULGAMENTO DO CASO MILENA GOTTARDI

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Caso Milena Gottardi: júri vai ouvir 29 testemunhas. Saiba quem irá depor

Julgamento terá início na próxima segunda-feira (23) e a previsão do TJES é que ocorra durante uma semana

Iures Wagmaker

Redação Folha Vitória
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Foto: TV Vitória
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Começa na próxima segunda-feira (23), quatro anos após o crime, o julgamento dos seis réus, apontados pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) como responsáveis pelo assassinato da médica Milena Gottardi, ocorrido em setembro de 2017.

O julgamento acontecerá no Fórum Criminal José Mathias de Almeida Netto, sob a presidência do juiz da Primeira Vara Criminal de Vitória, Marcos Pereira Sanches. Ao todo, 29 testemunhas, entre acusação e defesa, serão ouvidas durante as audiências.

Leia também: Defesa de Hilário apresenta à Justiça e-mail enviado pela médica ao ex-marido

De acordo com o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), o julgamento está previsto para durar uma semana. Em razão das medidas de segurança para evitar a contaminação pela covid-19, serão respeitadas as regras de distanciamento social no local.

Quem são as testemunhas do processo

Ministério Público

1 - Aline Coelho Moreira Fraga
2 - Maria Isabel Lima dos Santos
3 - Lícia Maria Araújo Maia
4 - Investigador PCES Igor de Oliveira Carneiro
5 - Delegado PCES Janderson Birschner Lube
6 - Marcelle Gomes da Cruz
7 - Fernanda Coutinho Lopes Raposo
8 - Ana Paula Protzzner Morbeck
9 - Douglas Gottardi Tonini

Assistente de acusação

1 - Shintia Gottardi de Almeida

Defesa réu Hilário

1 - João Guilherme Souza Pelição
2 - Rodrigo Alves Alver
3 - Tarcísio Fávaro
4 - Moisés da Silva Soares
5 - Arnaldo Santos Souza

Defesa réu Esperidião

1 - Valdemir Nascimento Lima
2 - Paulo Renato Magvesky
3 - Luciano Nunes Bermudes
4 - Maria Arlinda Bermudes Palauro
5 - José Ferreira Campanholi

Defesa réu Dionathas

1 - Juliana Pábula Brozeguini Batista
2 - Paola Laghasse
3 - Diana Aparecida Pereira
4 - Myller Maradona Pereira Amorim
5 - Julianny Pereira Soares

Defesa réu Bruno

1 - Douglas Miranda Santana
2 - Pedro Carlos Nieiro
3 - Maria das Graças Coelho Nieiro
4 - Claezi Demonei dos Santos

*Os réus Hermenegildo e Valcir não arrolam testemunhas

Réus do processo

Hilário Frasson - ex-marido da médica e ex-policial civil
Esperidião Frasson - ex-sogro da vítima
Valcir da Silva Dias e Hermenegildo Palauro Filho - acusados de serem intermediadores do assassinato
Dionathas Alves Vieira - acusado de ser o executor do crime
Bruno Rodrigues Broetto - apontado como o responsável por conseguir a moto utilizada no dia do assassinato

Relembre o assassinato de Milena Gottardi

O assassinato de Milena Gottardi aconteceu na tarde do dia 14 de setembro de 2017 e ganhou grande repercussão no Espírito Santo. A vítima atuava como pediatra oncológica no Hospital das Clínicas, em Maruípe, Vitória.

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Quando saía de um plantão, acompanhada de uma amiga, a médica foi abordada, no estacionamento do hospital, por um homem armado, que chegou a anunciar um assalto.

Milena e a amiga chegaram a entregar os pertences ao suposto assaltante. Quando elas se dirigiam ao carro, o criminoso atirou três vezes em direção à pediatra, atingindo a mesma na cabeça e na perna, e fugindo posteriormente. A médica foi socorrida e internada em um hospital, mas morreu no dia seguinte.

A Polícia Civil agiu rápido e, dois dias após a médica ser baleada, dois suspeitos de envolvimento no crime foram detidos: Dionathas Alves Vieira, acusado de ser o executor do crime, e Bruno Rodrigues Broetto, apontado pela polícia como o responsável por conseguir a moto utilizada por Dionathas no dia do assassinato.

A prisão dos suspeitos aconteceu praticamente ao mesmo tempo em que o corpo de Milena era sepultado em Fundão, município onde a médica nasceu e foi criada e onde grande parte de sua família ainda mora.

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Com a prisão da dupla, a polícia começou a desvendar o crime e provar que Milena não havia sido vítima de um latrocínio — como fez parecer o autor dos disparos — mas sim de um crime de mando. Faltava, no entanto, chegar aos mentores do assassinato.

Foto: Reprodução TV Vitória

Para conseguir as provas necessárias, a Polícia Civil conseguiu, junto à Justiça, que as investigações corressem sob sigilo. Isso porque o principal suspeito de encomendar a morte de Milena era o ex-marido dela, o então policial civil Hilário Antônio Fiorot Frasson, que atuava como assessor técnico do gabinete do Chefe da PC, Guilherme Daré.

A ideia da Secretaria de Estado da Justiça (Sesp) era justamente impedir que Hilário tivesse acesso às provas obtidas pela Delegacia Especializada em Homicídios Contra a Mulher (DHPM), que conduzia o inquérito.

A prisão de Hilário aconteceu no dia 21 de setembro, exatamente uma semana depois do assassinato de Milena. Ele foi preso na Chefatura da Polícia Civil e encaminhado para um anexo da Delegacia de Novo México, em Vila Velha, onde ficam os policiais civis que são presos.

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Mais cedo, no mesmo dia, a polícia havia prendido o pai dele, Esperidião Carlos Frasson, apontado como o outro mandante do crime, e Valcir da Silva Dias, acusado de ser um dos intermediadores do assassinato.

Segundo a polícia, o outro intermediador foi Hermenegildo Palauro Filho, o Judinho, que foi preso no dia 25 de setembro.

Todos os seis suspeitos de envolvimento no assassinato de Milena Gottardi foram autuados pela Polícia Civil, que concluiu o inquérito referente ao crime no dia 18 de outubro. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPES), que, no dia 27 de outubro de 2017, denunciou os seis indiciados à Justiça.

A denúncia foi aceita no dia 1º de novembro daquele ano pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Vitória, Marcos Pereira Sanches, que decretou a prisão preventiva dos seis acusados — que até então cumpriam prisão temporária. Caso sejam condenados, eles poderão pegar até 30 anos de prisão.

Hilário, Esperidião, Valcir, Hermenegildo e Dionathas foram denunciados pelos crimes de homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual. Já Bruno responde pelo crime de feminicídio.

Entenda a participação de cada réu no caso

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As investigações concluíram que Hilário e Esperidião encomendaram o assassinato de Milena Gottardi por não aceitarem o fim do casamento entre ela e o então policial civil. Para isso, eles teriam contratado Valcir e Hermenegildo para dar suporte ao crime e encontrar um executor.

Ainda segundo a polícia, Dionathas Alves foi o escolhido para executar o "serviço" — como os envolvidos se referiam ao assassinato da médica. Para isso, ele receberia uma recompensa de R$ 2 mil.

Foto: Arte/ Júlio Lopes

Dionathas teria usado uma moto, roubada pelo cunhado Bruno, para seguir de Fundão até Vitória e matar Milena.

O veículo foi apreendido em uma fazenda em Fundão, no mesmo dia em que Dionathas e Bruno foram presos. O executor confesso do assassinato disse à polícia que o crime foi planejado durante cerca de 25 dias.

O inquérito, no entanto, aponta que o planejamento do homicídio começou pelo menos dois meses antes do crime. Segundo as investigações, os seis acusados de envolvimento na morte de Milena Gottardi trocaram 1.230 ligações e formaram uma rede de comunicação antes e após o crime.

Depoimentos de quatro suspeitos de envolvimento do crime detalharam como foi o planejamento do assassinato da médica.

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De acordo com informações da Secretaria de Estado da Justiça, Hilário Frasson está preso na Penitenciária de Segurança Média I; Esperidião Frasson, no Centro de Detenção Provisória de Viana II; Valcir, no Centro de Detenção Provisória de Vila Velha; Hermenegildo, no Centro de Detenção Provisória da Serra; e Dionathas e Bruno, no Centro de Detenção Provisória de Guarapari.

O que dizem as defesas dos réus

Sobre o julgamento, o advogado Leonardo Gagno, responsável pela defesa de Hilário Frasson, destacou que está confiante de que a justiça será feita.

"Durante o júri, a defesa terá a oportunidade de apresentar provas importantes, aclarar os fatos e demonstrar que a imagem do Hilário foi distorcida pela acusação", afirmou.

Já o advogado Alexandre Lyra Trancoso, responsável pela defesa de Valcir da Silva Dias, disse que, no momento, prefere não dar declarações sobre o júri.

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As defesas de Esperidião Carlos Frasson, Hermenegildo Palauro Filho, Dionathas Alves Vieira e Bruno Rodrigues Broetto foram procuradas pela reportagem, mas até o momento, não responderam aos questionamentos.

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