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Caso Camata: saiba como será o júri que acontece nesta terça-feira

Doze testemunhas serão ouvidas: sete de acusação e cinco de defesa. Após os interrogatórios e os argumentos da acusação e da defesa, o júri então decide

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução TV Vitória
Do lado esquerdo da imagem, o réu Marcos Venício. Do lado direito, o ex-governador Gerson Camata
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Começa nesta terça-feira (03) o julgamento do réu que responde pelo assassinato do ex-governador Gerson Camata. O crime aconteceu em dezembro de 2018. O julgamento está marcado para começar às 9 horas.

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Dois anos e meio depois do assassinato, o julgamento. Os sete jurados ficarão posicionados em um determinado ponto. O lugar do juiz é em um e dos promotores de Justiça do Ministério Público, que são a acusação, em outro.

Entenda a dinâmica do júri

Foto: Reprodução TV Vitória
Júri, réu e juízes já estão com lugares definidos

A estimativa é de que o julgamento dure pelo menos dois dias.

"O julgamento pode durar dias, e os jurados ficam incomunicáveis. Não tem acesso a televisão, às demais pessoas e deverão ficar ali. Serão ouvidas as testemunhas de acusação, testemunhas de defesa, algum eventual perito para esclarecimentos técnicos ou profissionais que foram intimados a falar, e depois se procede ao interrogatório do réu. Ele é o último a falar nessa fase de instrução", informou o advogado criminalista Allex Willian Bello Lino.

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Doze testemunhas serão ouvidas: sete de acusação e cinco de defesa. Após os interrogatórios e os argumentos da acusação e da defesa, o júri então decide.

"O juiz perguntará aos jurados se há algum questionamento a ser feito ainda. Caso não haja, os jurados receberão questionamentos que serão levados a uma sala secreta, e de lá só sairão com seu veredito, que será apurado pelo juiz. Os votos serão retirados de uma urna e mostrará a todos que estão presentes quais foram os votos, e dali sairá uma condenação ou absolvição", informou Bello.

Os promotores do Ministério Público afirmaram que o crime foi premeditado, por motivo fútil e sem chance de defesa da vítima.

"A gente chama de crime conexo. O júri só julga os crimes dolosos contra a vida, mas também julga crimes conexos. Teremos o julgamento de um crime com duas qualificadoras e também do crime de porte ilegal de arma de fogo", informou o promotor de justiça Rodrigo Monteiro.

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A defesa afirmou que não espera por absolvição, e que vai apresentar a cronologia dos fatos desde 1986, quando Marcos Vinício e Gerson Camata se conheceram. O réu será julgado por homicídio qualificado e porte ilegal de arma. A pena máxima é de 34 anos de prisão.

Relembre o caso

Era 26 de dezembro de 2018, por volta de 17 horas, quando câmeras de videomonitoramento registraram o ex-governador Gerson Camata perto de uma banca de jornal.

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Instantes depois, Marcos Venício chega e eles têm uma breve discussão. Camata parece tentar ir embora. De repente um disparo. O ex-governador reaparece na imagem ferido, após ser atingido por um tiro no peito. O socorro foi chamado, mas não houve tempo. Camata morreu nesta calçada.

Marcos Venício Moreira Andrade foi preso e confessou o crime. Desde então, está à espera de um julgamento. O réu trabalhou com Camata como assessor por 19 anos. 

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A linha de investigação do Ministério Público aponta que o motivo do crime foi financeiro. Camata moveu uma ação contra o ex-assessor por calúnia e difamação, e teve uma conta bloqueada pela justiça.

Gerson Camata foi governador na década de 80

Gerson Camata nasceu em Castelo, no sul do Espírito Santo, em 1941. Começou a vida profissional como jornalista e apresentador no programa "Ronda Da Cidade", na Rádio Cidade de Vitória. Era formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Espírito Santo.

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Camata começou na vida pública como vereador da capital do Espírito Santo em 1967, no mandato seguinte, em 1971, foi eleito deputado estadual. Foi deputado federal por dois mandatos, de 1975 a 1983, governador do Espírito Santo em 1983 e foi por três vezes senador pelo estado, de 1987 até 2011.

Camata foi o primeiro governador democraticamente eleito depois da ditadura militar (1964-1985), no período de reabertura política.

Gerson era casado com Rita Camata, ex-deputada federal e deixou dois filhos.

Com informações do repórter Lucas Henrique Pisa, da TV Vitória/RecordTV

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