JULGAMENTO DO CASO MILENA GOTTARDI

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Acusação mostra diálogo que aponta que Hilário se encontrou com garota de programa

Ao ser interrogado durante o julgamento dos réus do caso, no sábado, o ex-marido de Milena Gottardi admitiu tê-la procurado, mas afirma que não consumou o ato

Rodrigo Araújo

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução TV Vitória
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Os promotores do Ministério Público Estadual (MPES) e o assistente de acusação foram os primeiros a se manifestarem durante os debates deste domingo (29), no júri popular dos seis acusados de envolvimento no assassinato da médica Milena Gottardi. O julgamento é realizado no Fórum Criminal de Vitória, na Cidade Alta, Centro da capital.

Os trabalhos tiveram início às 9h57, com a presença de todos os réus. Familiares de Milena também estiveram no fórum. A mãe da médica, Zilca Gottardi, e o irmão dela, Douglas Gottardi, sentaram-se em uma fileira de cadeiras nos fundos do salão do júri.

Parentes dos réus Dionathas Alves Vieira, Bruno Rodrigues Broetto, Valcir da Silva Dias e Hermenegildo Palauro Filho também acompanham os debates. Apenas familiares de Esperidião e Hilário Frasson não estiveram no local.

Em determinado momento da explanação, os promotores Rodrigo Monteiro e Leonardo Augusto César dos Santos apresentaram uma troca de mensagens que o ex-marido da vítima, Hilário Frasson, teria mantido com uma garota de programa, quatro dias após a morte da médica.

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Segundo os promotores, a conversa mostra que Hilário esteve no apartamento da garota de programa, contradizendo a declaração dada pelo próprio réu, em seu interrogatório, no sábado (28).

Na ocasião, o ex-policial civil confirmou que chegou a procurar a garota de programa, mas que fez isso em um "momento de extrema fraqueza", e que não chegou a consumar o ato.

O diálogo foi registrado no dia 19 de setembro de 2017 — Milena foi baleada no dia 14 e morreu um dia depois. Na conversa, a mulher passa algumas informações a Hilário sobre o local onde ela mora. 

Em seguida, o ex-marido de Milena diz estar "embaixo do prédio" da garota de programa e ela passa o número do apartamento.

Ainda durante sua explanação, a acusação falou que, no dia 16 de setembro, um dia depois da morte da médica, Hilário acessou conteúdo pornográfico antes de ir ao Departamento Médico Legal (DML) para fazer o reconhecimento do corpo de Milena.

Assistente de acusação apresenta cronologia antes do crime

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O primeiro a falar no salão do júri foi o assistente de acusação, o advogado Renan Salles, que representa a família de Milena. Ele traçou uma linha do tempo dos principais fatos que antecederam a morte de Milena Gottardi. 

Segundo ele, a médica começou a pensar com mais clareza em se separar de Hilário a partir de janeiro de 2017.

Ainda de acordo com o assistente de acusação, no dia 5 de março, no dia do seu aniversário, Milena bate o martelo e diz que definitivamente gostaria de se separar do então policial civil. 

"A partir deste momento, ela nunca mais voltou atrás. Nunca mais titubeou sobre esta vontade", afirmou. 

>> Veja todas as reportagens sobre o julgamento do caso Milena Gottardi 

Renan Salles também lembrou da desconfiança do irmão da vítima, Douglas Gottardi, que acredita que, nesse dia, Milena tenha sido forçada a ter relações sexuais com Hilário. Em seu depoimento, na quinta-feira (26), Douglas relatou que a médica chegou a dizer que tinha "nojo" de Hilário.

Segundo o advogado, entre os dias 6 de março e 4 de abril de 2017, Milena teria vivido um inferno com o ex-marido, segundo relatos dela a familiares e amigos. Na mesma época, a médica pediu para Hilário sair de casa, mas ele teria se negado e falado para ela sair e deixar as filhas do casal com ele.

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Ainda de acordo com Salles, a "sentença de morte" da médica foi assinada no dia 5 de abril, quando ela consegue uma liminar para poder sair de casa com as filhas.

Advogado contradiz depoimentos de réus

Renan Salles também apresentou um documento que, segundo ele, prova que Hilário mentiu durante o interrogatório, no sábado. Na ocasião, o réu disse que nunca havia assinado um acordo para a separação. 

No entanto, o assistente de acusação apresenta um e-mail, encaminhado pela advogada de Milena, Ana Paula Morbeck, para o advogado de Hilário, Hélio Belotti, que acusou o recebimento da mensagem e disse que iria avaliar a minuta com o próprio Hilário.

Renan Salles também apresentou uma prova para contradizer os depoimentos de Valcir e Hermenegildo, também prestados neste sábado. Eles disseram que Dionathas havia ido ao Hospital das Clínicas, onde Milena foi assassinada, para visitar a irmã, que estaria internada no local.

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No entanto, o advogado apresentou um depoimento dado pela mãe de Dionathas, no dia 20 de dezembro de 2017, no qual ela diz que a filha estava internada no Hospital Jayme dos Santos Neves, na Serra, onde fazia tratamento de saúde.

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Com informações de Mayra Bandeira, da TV Vitória/Record TV

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