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Geral

Escolas particulares elaboram protocolo e aguardam aval do governo do ES para retomar aulas

Protocolo engloba uma série de medidas relacionadas ao distanciamento social, uso de máscaras, higienização, entre outras

Rodrigo Araújo

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação
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Sem poder receber alunos desde o dia 17 de março, em função da pandemia do novo coronavírus, as escolas particulares do Espírito Santo estão se preparando para o retorno das aulas presenciais quando elas forem autorizadas pelo governo do Estado. Um protocolo de medidas a serem adotadas por alunos, professores e demais funcionários das unidades de ensino já foi elaborado pelo Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), em conjunto com as próprias escolas, e distribuído entre as instituições.

De acordo com Ignez Martins Pimenta, diretora pedagógica da Escola da Ilha, em Vitória, o protocolo engloba uma série de medidas relacionadas ao distanciamento social, uso de máscaras, higienização, entre outras. As escolas também precisarão adotar certos cuidados com seus espaços físicos.

"As carteiras nas salas precisarão estar a uma distância de pelo menos um metro e meio uma da outra. Para isso, o número de alunos deverá ser reduzido. Caberá a cada escola definir o número de estudantes em cada sala, dependendo do espaço físico que ela dispõe. Além disso, só poderão ser utilizadas salas de aulas que tenham ventilação cruzada, ou seja, as janelas e portas dessas salas precisam ficar abertas e não poderá ser utilizado o ar condicionado. O uso de uma sala também não poderá ser em rodízio. Por exemplo, se uma turma utilizar um laboratório, outra turma não poderá utilizá-lo imediatamente depois. Ele só poderá ser usado no turno seguinte ou no outro dia, para que haja tempo para que essa sala seja higienizada", explicou a diretora.

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"Também deverá haver sinalização nos pisos, nas rampas e nas próprias salas; a disponibilização de dispensers de álcool em gel em vários espaços; a utilização de tapetes sanitizantes, para a limpeza dos calçados e a disponibilização de avisos sobre as áreas que poderão ser utilizadas e sobre a importância de se manter a higiene", completou Ignez Pimenta.

A correta utilização de máscaras também é um dos pontos abordados pelo protocolo. "Todos deverão usar máscaras e elas deverão ser trocadas pelo menos a cada duas horas. Então os alunos deverão levar para a escola suas próprias máscaras, em quantidade que atenda a essa exigência. Os professores e funcionários também receberão o face shield, que é aquele capacete com uma proteção acrílica para o rosto. Além disso, cada aluno deverá ter seu próprio squeezer para beber água. Outra medida é que não será permitido que um aluno leve brinquedo para a escola e nenhum material da instituição poderá ser levado para casa", pontuou a diretora.

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"Estamos tomando todos os cuidados para que esse retorno às aulas possa acontecer com toda a segurança. Estamos prezando pelo treinamento do pessoal da limpeza e do setor administrativo, para que eles contribuam na adoção de todas essas medidas. Controle é a palavra mais representativa para esse momento", acrescentou.

A diretora ressaltou ainda a importância de haver uma parceria entre a escola e os pais dos estudantes para que haja redução no risco de contaminação pelo novo coronavírus no ambiente escolar. "Não adianta a escola se comprometer com todos esses cuidados se a família não fizer a sua parte. Se a criança ou o jovem estiver com febre, por exemplo, não pode ir à aula. A responsabilidade precisa ser mútua. Essa relação entre escola e família sempre foi fundamental e será ainda mais agora", frisou.

A psiquiatra infantil Fernanda Mappa destaca que o retorno das atividades presenciais nas escolas será fundamental na continuidade do aprendizado das crianças. "O convívio com adultos tem sua parcela de importância, mas estar com outras crianças promove o desenvolvimento das habilidades sociais. As crianças aprendem por cópia. Então é importante que elas socializem com pessoas da mesma faixa etária. Isso favorece no comportamento delas, aumenta o repertório da fala. Não dá para dizer que há aprendizado de fato com as aulas à distância, no caso da educação infantil. A criança precisa do presencial, precisa da presença da professora e dos colegas de turma", destacou a psiquiatra. 

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A jornalista Carla Einsfeld, mãe de dois meninos, de 3 e 4 anos, que estão matriculados na Escola Novo Mundo, em Vitória, afirma que não vê a hora de as aulas presenciais voltarem. No entanto, ela destaca a importância disso ocorrer somente quando houver segurança, para minimizar os riscos de contaminação pelo novo coronavírus no ambiente escolar. "Sou a favor do retorno das aulas, mas com toda a preocupação com a saúde das crianças e dos professores. Não pode voltar só para ajudar os pais que precisam deixar os filhos na escola", ressaltou.

A jornalista conta que os filhos frequentavam as aulas no período da tarde, entre as 13 e as 17 horas. Nesse período, ela conta que trabalhava e realizava outras tarefas cotidianas. Com a chegada da pandemia e, consequentemente, a suspensão das aulas presenciais, ela precisou se adequar à nova rotina. "Meu marido está trabalhando em home office, então ele me ajuda a cuidar dos meninos na medida do possível. Mas já aconteceu dele estar numa reunião online, com crianças gritando no fundo. Então a gente está se virando do jeito que dá. Nunca imaginamos que estaria todo mundo dentro de casa 24 horas por dia, sete dias por semana", relata.

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