'Perdemos um neto muito querido', diz avô de menino espancado até a morte no ES
Arthur Moura da Silva, de 5 anos, morreu na última quarta-feira após ser encaminhado para o Pronto-Socorro de Guaçuí, com hematomas pelo corpo
O corpo do menino Arthur Moura da Silva, de 5 anos, foi enterrado na manhã desta sexta-feira (17), no município de Divino de São Lourenço, na região do Caparaó. Ele morreu na noite da última quarta-feira (15), após ser encaminhado para o Pronto-Socorro de Guaçuí, com hematomas por todo o corpo.
O pai da criança confessou à polícia ter agredido o filho, após "ouvir vozes". Ele e a mãe de Arthur foram presos e autuados por homicídio duplamente qualificado - por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima.
Na manhã desta sexta, a equipe da TV Vitória/Record TV conversou com o avô materno do menino, Hamilton Gomes, que falou sobre a dor que a família tem vivido com a morte da criança. "Perdemos um neto muito querido. Tem que ter muita força, muita fé em Deus para a gente aguentar o que está aguentando", lamentou.
Hamilton também falou que o genro, suspeito de espancar a criança, não aparentava ser agressivo. "Ele era uma pessoa muito quieta, sempre de cabeça baixa, com pouco assunto. Mas uma pessoa também que você não via falar palavrão, tinha a fala mansa", comentou.
O avô de Arthur afirmou ainda que não sabe detalhes sobre o que levou à morte do neto. "Pelo que estão falando, eles estavam fazendo aquele ritual e chegaram nesse ponto de ter que espancar uma criança. Estão falando que isso tudo foi feito porque tinha que espancar a criança para tirar o mal que estava no corpo dela. Mas isso é o que estão passando para a gente, não estou falando que foi isso. A gente fica se perguntando onde foi feito esse serviço, até chegar ao óbito dessa criança?", questionou.
Conselho tutelar
Após a morte da criança e a prisão da mãe e do padrasto, a irmã de Arthur, uma menina de 7 anos, foi atendida pelo conselho tutelar. Em seguida, ela foi encaminhada para a casa do pai, com quem está morando.
De acordo com uma conselheira tutelar que cuida do caso, a criança está muito abalada com o que aconteceu. “Nós estamos num procedimento para tirar essa criança de uma situação de maior risco por conta do ocorrido com o irmão. Quando você chega até ela, ela está completamente arredia e abalada. Nosso trabalho nesse momento é resguardar a criança”, afirmou.