Homem preso pela morte de uma mulher é suspeito de ter matado outras 3
Um homem preso pelo assassinato de uma mulher, em Votorantim, interior de São Paulo, é apontado pela polícia como o autor da morte de outras três mulheres na cidade, entre 2014 e 2017. Ele foi apresentado como um "serial killer" (matador em série) de mulheres, nesta segunda-feira, 13, pela Polícia Civil de Sorocaba. Conforme o delegado seccional Marcelo Carriel, sua forma de agir lembra as mortes cometidas por Francisco de Assis Pereira, o "maníaco do parque", assassino em série que matou pelo menos seis mulheres, na década de 1990, em São Paulo.
Everton Julio Soares, de 27 anos, foi preso após ser acusado da morte de Mara Aparecida de Faria, encontrada seminua e com o rosto parcialmente queimado, em uma quadra de esportes, na Vila Garcia, em dezembro do ano passado. O pai dele o ajudou nesse crime, por isso também está preso. Conforme Carriel, a prisão levou à investigação de outras mortes de mulheres na cidade. "Vimos que outras três vítimas tinham sido mortas da mesma forma, com golpes certeiros na cabeça. Em outros dois casos, o assassino queimou o rosto das vítimas."
De acordo com a investigação, o criminoso atraía as vítimas oferecendo drogas e as levava para um local ermo, como construções abandonadas ou terrenos baldios. As mulheres eram assassinadas com golpes de pedra ou pedaços de madeira na cabeça. Elas foram encontradas total ou parcialmente despidas.
Conforme a polícia, a primeira vítima de Soares teria sido Jessica Roberta Pereira, de 30 anos, morta em 19 de maio de 2014. Ela foi encontrada com vida, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos. Um ano depois, o suspeito teria assassinado Rosângela da Cruz Silva, de 50 anos, que morava em bairro vizinho ao de Soares. Em março de 2017, o corpo de Lúcia Yumi Ukai Fukami, de 52 anos, foi encontrado em uma construção abandonada. Ao lado, estava a pedra usada contra sua cabeça.
Quando investigava o assassinado de Mara, última vítima de Soares, a polícia localizou uma garota de programa que havia sobrevivido ao ataque do suspeito. Ela contou que ele tentou transar com ela, que à época estava grávida, mas não conseguiu consumar o ato e pediu o dinheiro de volta. Como ela resistiu, ele encostou uma faca em sua barriga e disse que faria com ela "o mesmo que fez com a Jéssica", segundo o relato da testemunha.
O depoimento dessa testemunha permitiu à polícia traçar o perfil do suspeito e chegar a Soares. A defesa do suspeito disse que ele nega ter cometido os crimes. A Polícia Civil vai pedir a prisão preventiva dele pelos outros três assassinatos.