Apesar das chuvas, cidades mantêm água racionada no interior de SP
As chuvas que caíram nos últimos dias não foram suficientes para a normalizar o abastecimento em quatro cidades que estão racionando água no interior de São Paulo. As restrições no consumo continuam em Santa Cruz das Palmeiras, Caconde, Tambaú e Rio das Pedras. Em Itu, a situação dos mananciais melhorou, mas a empresa municipal de saneamento reduz a pressão à noite e pede economia, devido à perspectiva da volta da estiagem.
Em Caconde, que está em situação de emergência por falta de água desde o último dia 10, a prefeitura realiza uma consulta pública nesta terça-feira, 7, visando à contratação de uma empresa para assumir os serviços de água e esgoto. A cidade é dependente de dois mananciais pequenos - uma nascente na Serra do Cigano e a captação do Córrego São Miguel - para abastecer a população. Com as chuvas, o córrego se encheu, mas a água reservada não é suficiente para manter a cidade abastecida com segurança. O município alega falta de recursos para investir na ampliação das captações.
Em Rio das Pedras, o nível dos mananciais melhorou, mas não se recompôs totalmente, segundo Daniel Gonçalves, superintendente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto. Desde o último dia 30, o fornecimento é interrompido das 9 às 16 horas. Conforme Gonçalves, se as chuvas persistirem, o racionamento pode ser suspenso.
A prefeitura de Santa Cruz das Palmeiras informou que acompanha a situação dos mananciais, mas mantém o corte diário no abastecimento, que vai das 8 às 16 horas. As chuvas elevaram em 1,6 m o nível da Represa do Itaim, em Itu, mas a empresa municipal de água ainda pede que a população controle o consumo, alegando que o período de estiagem vai continuar.
As chuvas elevaram o nível dos rios que abastecem cidades das regiões de Campinas e Piracicaba, as mais atingidas pela estiagem. O Rio Atibaia, que fornece água para Campinas, passou de uma vazão de 11,3 metros cúbicos por segundo no dia 30 para 20,8 m3/s nesta segunda-feira. No mesmo período, o Rio Piracicaba teve a vazão aumentada de 19,3 m3 por segundo para 55,6 m3/s. Em Piracicaba, a chegada das chuvas interrompeu uma estiagem de 119 dias, uma das maiores da história.