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Tomamos uma decisão: convencer as famílias a não pagar o resgate

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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- Wagner Giudice, ex-diretor da Divisão Antissequestro

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1. O senhor assumiu a Divisão Antissequestro em 2001. Havia 300 sequestros por ano em São Paulo. Como combateu essa crise?

Quando chegamos à divisão havia três, quatro casos por dia. Tomamos uma decisão: convencer as famílias a não pagar o resgate. Fazê-las acreditar que a polícia ia encontrar a vítima e prender os bandidos. Tínhamos de mostrar aos criminosos que o sequestro era um crime de alto risco. Além disso, o efetivo policial cresceu e chegamos a ter 150 homens na divisão.

2. Mas isso demorou para mudar. Em 2002, a polícia registrou recorde de sequestros. Havia o problema de convencer as famílias a prestar queixa do crime. Muitas pagavam o resgate e não avisavam a polícia. Quando isso mudou?

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A primeira comemoração nossa foi quando passamos um dia sem sequestro. Aos poucos, as famílias perceberam que só com a prisão das quadrilhas elas não continuariam reféns dos bandidos. No primeiro ano, prendemos 1.355 sequestradores. Em 2008, apenas 2% do valor dos resgates pedidos foi efetivamente pago. Três em cada quatro sequestros terminavam sem pagamento e com a prisão dos criminosos. Os bandidos gastavam dinheiro com a manutenção de um cativeiro, não recebiam nada e iam para a cadeia. O crime se tornou um mau negócio. Só aventureiros se arriscavam. Deixei a divisão em 2010, mas esse trabalho permanece assim até hoje.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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