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Notícias negativas derrubam busca por passeios em favelas do Rio

A disseminação de notícias negativas sobre a cidade e o País na imprensa internacional e o alerta feito quanto à precariedade da segurança no Rio atrapalhou os planos dos guias

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Com o grande fluxo de visitantes, guias turísticos esperavam que o serviço fosse uma atração Foto: Divulgação
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Guias turísticos que organizam passeios por favelas cariocas ficaram desapontados com a Olimpíada. Com o grande fluxo de visitantes - estimado pelo Ministério do Turismo em 800 mil, sendo 350 mil estrangeiros, o principal público dos tours -, eles imaginavam que o serviço, atração da cidade há ao menos 20 anos, teriam um boom. Mas as reservas foram escassas.

A disseminação de notícias negativas sobre a cidade e o País na imprensa internacional e o alerta feito por embaixadas quanto à precariedade da segurança no Rio atrapalhou os planos dos guias. O endosso da prefeitura, que recomenda 15 passeios em favelas das zonas norte e sul na revista distribuída pela Riotur, parece não ter sido suficiente.

"Estou decepcionada. Imaginei que a procura seria enorme. Na semana passada não fiz nenhum passeio, mesmo com a cidade cheia, e não tenho nada marcado até o fim do mês", lamentou Catarine Fidêncio, da Rocinha. Ela é nascida e criada no morro, formada em administração e prestadora de serviços turísticos terceirizados.

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Catarine, que fala inglês e alemão, chegou a divulgar seu trabalho nas casas da Alemanha, Suíça e Áustria. "Fiz o transfer de um grupo de holandeses e eles comentaram que favelas são perigosas. Expliquei que não é bem assim. As favelas são parte do Rio, não se conhece o Rio sem ir a elas", disse.

A Jeep Tour, que faz trajetos de jipe na Rocinha e em pontos turísticos tradicionais desde 1992, também teve as expectativas frustradas. O sócio Rafael Ricci esperava ver lotados pelo menos dez jipes por dia. Foram apenas três ou quatro, em média, na maioria dos dias dos Jogos. No verão, chega-se a 30 veículos. "O movimento está fraco por causa da sequência de notícias ruins do Rio no exterior."

Na manhã da primeira terça-feira após a abertura da Olimpíada, a Jeep Tour reuniu um grupo de oito turistas estrangeiros para rodar pela Rocinha. Eles preferiram caminhar, mesmo sob chuva.

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"Estou hospedado na casa de amigos na Tijuca, que me disseram que eu estava louco de ir a uma favela. São cariocas que nunca pisaram num morro. Não tenho medo. Sei que antes de uma Olimpíada a imprensa internacional exagera: foi o mesmo em Londres", disse o britânico Robert York, de 40 anos, técnico de laboratório que é voluntário no Rio.

O guia Gilson Fumaça, do Morro Santa Marta (Botafogo), teve uma reunião no Consulado dos EUA e argumentou em favor dos passeios. "Joe Biden (vice-presidente americano) veio aqui (em 2013). Quem não vem é por preconceito."

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