Thiago Carvalho lança obra sobre cinema no Estação NET Rio
O livro fala sobre a efervescente cena de exibição independente do Brasil nos anos 2000
O autor Thiago Carvalho lançou, no dia 15 de maio de 2024, sua obra intitulada “Cinema é Celebração: a cena de exibição de cinema e audiovisual independentes do Rio de Janeiro na virada dos anos 2000”. Promovido e publicado pela editora Autografia, o lançamento, aberto ao público, ocorreu às 19:00, na loja Cavídeo do cinema Estação Net Rio, Rua Voluntários da Pátria, 35, Botafogo - RJ. O evento contou com em torno de 100 pessoas presentes, onde foram vendidos 70 exemplares do livro que trata-se da primeira obra inteiramente de minha autoria.
No início dos anos 2000, o Rio de Janeiro foi possivelmente palco da principal cena de exibição independente do país nesse período, com dezenas de espaços alternativos de exibição, cineclubes, mostras e festivais, exibindo regularmente centenas de filmes e vídeos para milhares de pessoas.
O foco de interesse foi buscar compreender o papel desempenhado pelos cineclubes, eventos e espaços de exibição, na formação de identidade da geração local, a partir do estudo de cinco de seus principais eventos: Festival Brasileiro de Cinema Universitário, Incinerasta, Cachaça Cinema Clube, Mostra do Filme Livre, e Cineclube Mate Com Angu.
Como integrante dessa geração, o autor compartilha de suas experiências formativas e seus anseios, possuindo, dessa forma, interesse pessoal em contar uma história que entende como socialmente relevante. Mas, para além disso, pensa que esse movimento possui importância histórica para a cena de cinema e audiovisual da cidade e do país. Dada sua intensidade e capacidade de mobilização, e seu caráter celebratório e libertário de experimentação de linguagens e práticas, representou impacto e força contundentes no sentido de desestabilizar as formas de fazer e assistir cinema então estabelecidas, abrindo possibilidades de renovação.
O livro é uma adaptação de sua dissertação de mestrado, defendida no Programa de Pós-Graduação em Mídias Criativas da Escola de Comunicação da UFRJ em novembro de 2022. Trata-se de uma investigação preliminar, de importante movimento cultural ocorrido na região, efetuada por meio de abordagem qualitativa, com base em levantamento bibliográfico e documental e a partir de entrevistas semiestruturadas com alguns de seus integrantes.
"Mesmo com as limitações naturais de um primeiro estudo sobre tema complexo, é uma satisfação poder compartilhar uma história e uma memória que considero relevantes acerca de bastidores culturais, pouco lembrados, de nosso cinema e do nosso território. Penso que se trata de um capítulo importante, tanto da trajetória recente de movimentos culturais e geracionais no campo do audiovisual no Rio de Janeiro, quanto do cineclubismo e do cinema no país, que não apenas necessitam de reconhecimento histórico, mas também servem como referências, para novas gerações, na contínua reinvenção de futuros para os desafios e complexidades contemporâneas para o audiovisual brasileiro", conta.
No início dos anos 2000, foi integrante da produtora Asterisko Filmes, um coletivo de audiovisual da cena independente do Rio de Janeiro, onde participou do movimento cultural descrito no livro. Desde então, sua trajetória passou também pela produção e realização de curtas, edição de vídeos, filmes e séries, e pela docência em cursos de graduação, especialização e formação técnica. Desde 2006, atua no setor público, trabalhando com políticas públicas de fomento e regulação do setor.