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VOLTAVA DE NOVA YORK

"Ele estava sem pulso", relata médico capixaba que salvou passageiro em voo internacional

Médico capixaba recém-formado José Anthero Bragatto Filho, de 26 anos, enfrentou um grande desafio ao salvar a vida do outro passageiro durante um voo

Guilherme Lage , Maria Clara Leitão

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
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“Foi muito emocionante, todo mundo no avião aplaudindo, recebi um e-mail do vice-presidente da Delta Airlines me agradecendo”. Com essas palavras, o médico capixaba José Anthero Bragatto Filho, de 26 anos, descreve a sensação de salvar uma pessoa em um voo internacional com destino ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

Formado há dois meses, ele encarou um grande desafio na madrugada de domingo (21). O ato, considerado por muitos como histórico, aconteceu quando voltava de Nova York, nos Estados Unidos. 

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Em entrevista ao Folha Vitória, ele narrou que, durante uma soneca em meio à viagem, o médico ouviu gritos que pediam por socorro. 

"Eu estava dormindo e de repente ouvi uma mulher gritando, desesperada, em português, por um médico, porque o marido dela estava passando mal. Acordei um pouco assustado, mas logo me prontifiquei e fui lá atender", disse.

"Ele estava sem pulso, não me respondia", disse o médico

O jovem explicou, que ao chegar perto, percebeu que o homem estava gelado e sem pulso. Para prestar atendimento, ele chamou uma comissária de bordo e solicitou um DEA.

"Ela logo trouxe. O que acontece é que como ele estava sem pulso, não me respondia, estava inconsciente, provavelmente ele iria entrar em uma parada cardiorrespiratória. Possivelmente, eu teria que desfibrilar ele. Nisso, enquanto ela foi buscar o DEA, eu afastei todo mundo, deitei ele, levantei a perna dele o mais alto que consegui. Imaginei que poderia ser uma hipotensão, porque isso acontece muito com pacientes diabéticos, cardiopatas. A esposa dele me disse que ele já havia infartado uma vez", conta. 
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José narrou que assim que a comissária estava retornando com o DEA, o paciente começou a apresentar sinais de lucidez e a responder a seus chamados durante o atendimento.

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A partir desse momento, ele conseguiu inclusive sentir o pulso do homem, o que representava um leve controle no quadro do paciente. A pressão dele também estava muito baixa, 6 por 4, muito longe do normal de 12 por 8.

"Fui fazendo as medidas, porque não tinha muitos recursos, mas peguei sal e coloquei na boca dele. Ele foi se recuperando, fiz um soro caseiro. Mantive minha observação, porque era o único médico a bordo. Mas um rapaz, um fisioterapeuta, me ajudou. Ele foi voltando aos poucos, até que uma hora consegui estabilizá-lo. A pressão dele chegou a 11 por 7. Ele estava oscilando um pouco, fiquei em observação com ele durante 5 horas. Porque faltavam 5 horas e meia para chegar em São Paulo", disse.

Durante este período de 5 horas, o médico se manteve ao lado do paciente realizando exercícios com o homem e ainda aferindo a pressão de 10 em 10 minutos, pois o quadro ainda apresentava oscilações.

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Ao fim do voo, a equipe de emergência do aeroporto se deslocou até o avião para levar o paciente ao hospital, que já estava estabilizado após os cuidados do médico capixaba.

A atenção do médico não passou despercebida. Todos os passageiros do avião fizeram questão de aplaudi-lo. Além disso, José ganhou um e-mail de agradecimento do vice-presidente da Delta Airlines.

"Foi muito emocionante, todo mundo no avião aplaudindo, recebi um e-mail do vice-presidente da Delta Airlines me agradecendo. Foi uma experiência emocionante, porque me formei recentemente, o meu baile de formatura vai ser sábado. Recentemente fiz um curso chamado de ACLS, isso ajudou bastante, graças a Deus deu tudo certo, eu estava preparado e ele ficou bem, essa foi a melhor parte", disse.
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