Morte de Maura Miranda: 1ª apresentadora negra do ES será sepultada em Cachoeiro
A informação foi confirmada em nota de pesar do Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo (Sindijornalistas)
A jornalista Maura Helena Miranda, de 72 anos, que morreu na segunda-feira (03), será sepultada nesta terça-feira (04), em sua cidade natal, Cachoeiro de Itapemirim. A solenidade será realizada no cemitério do bairro Coronel Borges.
A informação foi confirmada em nota de pesar do Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo (Sindijornalistas), que lamentou profundamente a morte da primeira apresentadora negra de telejornal no Espírito Santo. Confira na íntegra:
“O Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo (Sindijornalistas) lamenta profundamente a morte da jornalista - filiada ao Sindicato - Maura Miranda, de 72 anos. Maura faleceu na tarde desta segunda-feira (03), após ficar internada desde junho no Hospital Jayme dos Santos Neves, na Serra.
Maura Miranda foi a primeira apresentadora negra de telejornal no Espírito Santo. Apresentou por muitos anos o telejornal principal da TV Gazeta, onde trabalhou por 10 anos, entre 1977 e 1987. Maura Miranda também atuou como apresentadora em outras emissoras de Televisão e em assessorias de imprensa. Ela se aposentou em 2012.O enterro da nossa colega será nesta terça-feira (04), no Cemitério do Bairro Coronel Borges, em Cachoeiro de Itapemirim, cidade onde nasceu”.pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_03
Mensagens de carinho
Amigo de longa data de Maura, o jornalista Marcelo Rossoni não mediu elogios à profissional ao relembrar sua relação com a apresentadora. Nem mesmo a distância fez com que a amizade fosse abalada.
"Eu trabalhei fora por muito tempo e quando eu vinha a Vitória, sempre encontrava Maura, a gente conversava muito. Ela pedia sugestão sobre como ela estava apresentando, tinha uma postura muito boa de vídeo. Uma pessoa muito doce, um exemplo de profissional", afirmou.
Na TV Vitória, Maura foi apresentadora do Jornal do Estado, depois batizado de Jornal da TV Vitória.
O jornalista, escritor e compositor Luiz Trevisan reforça o pioneirismo de Maura para a comunicação do Estado.
"Triste com esta notícia. Maura foi pioneira marcante na apresentação do telejornalismo capixaba. Locução impecável, grande parceira em vários momentos. Meus sentimentos aos familiares."
Para o jornalista José Caldas, a morte de Maura configura uma grande perda para a imprensa capixaba.
"Maura foi o rosto mais conhecido da televisão capixaba. Uma pessoa vanguardista, trabalhou na TV Gazeta na década de 70, era apresentadora principal do telejornal, passou pela TV Educativa, uma jornalista muito conceituada. Uma grande perda da imprensa capixaba, realmente um dia triste para todos nós", lamentou o profissional.
À reportagem do Folha Vitória, o jornalista Álvaro José Silva definiu Maura Miranda como uma mulher desbravadora. Apesar de não terem sido próximos, elogios não faltam à profissional que, segundo ele, "passou como um meteoro" pela comunicação capixaba.
"Maura realmente colecionou altos e baixos, mas sempre ia à luta. Devia saber que o fato de ser negra exigia dela muito mais que dos demais. Seus últimos trabalhos profissionais aconteceram na TV Assembleia, da Assembleia Legislativa. Passou como um meteoro, mas deixou apenas amigos e amores pelo caminho. Talvez por isso a notícia de sua morte num hospital público tenha causado espanto e tristeza profundos. Dos meios de comunicação não mereceu a reverência que lhe era devida e talvez porque não saibamos mesmo identificar o que nos é caro."