Menina baleada em festa julina continua internada e família pede investigação do caso
A irmã e o pai da adolescente, de 14 anos, estiveram na Corregedoria da Polícia Militar nesta segunda-feira (18) para denunciar o caso
Em busca de uma resposta séria e rápida, a irmã da adolescente, de 14 anos, que foi baleada no sábado (16), procurou a Corregedoria da Polícia Militar, em Maruípe, Vitória. A jovem, de 28 anos, denunciou o caso e afirmou que espera por justiça.
"Eu espero que tenha uma justiça, quero ver o que vai acontecer, porque a gente não pode nem esperar nada. Eu espero que, se Deus quiser, minha irmã melhore e não precise passar por uma segunda cirurgia", afirmou.
A menina estava em uma festa julina, no bairro Santo Antônio, em Cariacica, quando foi atingida por um tiro no joelho ao tentar correr. Inicialmente, a família acreditava que ela tinha sido atingida por uma bala de borracha. Porém, ao chegar no local, a irmã descobriu que o tiro tinha saído de uma arma de fogo.
"Ela tinha tomado um tiro de borracha, foi o que foi passado para ela. Ela estava lá chorando. Minha irmã ligou e falou que ela tinha tomado um tiro de borracha. Quando eu cheguei lá e falei: 'Policial, isso não é tiro de borracha'. Ele: 'Não. Eu falei que era tiro de borracha pra deixar ela um pouco mais tranquila'. No final, não era: era um tiro de verdade", contou.
Socorrida por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a estudante foi levada para o Hospital Antônio Bezerra de Faria, em Vila Velha. A adolescente segue internada e sem previsão de alta médica.
"Minha irmã estava tremendo, com a boca pálida, estava sentindo muito frio. A gente pegou ela correndo, botou no carro, mas quando a gente estava saindo, o Samu chegou e acabou dando os primeiros socorros", contou.
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De acordo com a Polícia Militar, a confusão começou quando um homem, que ouvia som em volume alto, se negou a cumprir a ordem da PM e jogou o carro em cima de uma guarnição. Para evitar que o colega fosse atropelado, um dos policiais efetuou dois disparos.
Vídeos gravados por testemunhas, mostram a confusão e os gritos de desespero de algumas pessoas. Veja:
Além da irmã, o pai da vítima também esteve na Corregedoria. A família foi ouvida durante mais de duas horas e detalhou tudo o que teria acontecido no dia do fato.
O organizador da festa afirmou que tinha autorização para realizar o evento. No entanto, a Prefeitura de Cariacica e a Polícia Militar contestaram essa afirmação.
De acordo com o idealizador do evento, o documento (reproduzido acima) comprova o pedido e a liberação do evento. Por outro lado, a Prefeitura de Cariacica informou que não havia autorização para a interdição da rua, além do policiamento, que a solicitação deve ser feita à PM.
A Polícia Militar explicou que a palavra "intempestivo", escrita no documento enviado pelo organizador do evento, significa que a PM não homologou a autorização da Prefeitura.
* Com informações da repórter Suellen Araújo, da TV Vitória/Record TV