Saiba como o novo ensino médio está sendo implantado no ES
Segundo a Sedu, o currículo capixaba vai atender à reformulação proposta, dentro do cronograma divulgado
A partir do ano que vem alunos do ensino médio terão um aumento na carga horária de estudos e mudanças na grade curricular, que ficará mais flexível. As novidades começarão a ser implantadas nos estudantes do 1º ano e, até 2024, atingirão todas as três séries.
O cronograma de implantação do novo ensino médio foi apresentado nesta quarta-feira (14), pelo governo federal. Durante a cerimônia de lançamento, o secretário nacional da Educação Básica, Mauro Rabelo, afirmou que as mudanças representarão uma "virada de chave".
De acordo com o Ministério da Educação, a nova organização do ensino médio amplia a carga horária total de 2,4 mil horas para 3 mil horas.
Além disso, por meio de uma nova estrutura curricular, possibilitará a oferta de “diferentes itinerários formativos conforme o contexto no qual a escola está inserida e de acordo com as necessidades e interesses dos estudantes”.
A estrutura é formada por dois pilares: o Currículo Geral Básico, com as disciplinas tradicionais da Base Nacional Comum Curricular, como Ciências, Matemática, Língua Portuguesa, entre outras; e os chamados Itinerários Formativos, que vão dar ao aluno a opção de usar parte da carga horária para se aprofundar em áreas de interesse, inclusive educação profissionalizante.
A nova estrutura do ensino médio já está sendo testada em 4 mil escolas piloto espalhadas pelo país. A partir do ano que vem, elas serão implantadas para os alunos do 1º ano. Em 2023, serão estendidas também para o 2º ano e, a partir de 2024, vão abranger todas as três séries do ensino médio.
Ensino médio no ES
No Espírito Santo, segundo a Secretaria de Estado da Educação (Sedu), a ampliação da carga horária já teve início em 2019, em 17 escolas-piloto, e está hoje em todas as unidades da rede. Ainda segundo a secretaria, o currículo capixaba vai atender à reformulação proposta, dentro do cronograma divulgado.
A Sedu destaca ainda o protagonismo que será dado ao estudante e a valorização da aprendizagem a partir da nova estrutura do ensino médio.
"A gente entende essa nova estrutura do ensino médio como um projeto de grande valia, uma possibilidade de ganho de formação para o estudante", destacou o vice-presidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Estado do Espírito Santo (Sinepe-ES), Eduardo Costa Gomes.
"O que a gente espera é que o governo federal, por meio das suas instituições, consiga fazer, o mais rápido possível, também a divulgação de várias outras informações extremamente importantes, como, por exemplo, como vai funcionar o Enem nesse tempo. Como se comporta essa prova, a partir do ano que vem, e aquilo que se espera até 2024, que seria o prazo final para a implantação completa do ensino médio", acrescentou Gomes.
Lançamento do novo ensino médio
Durante o lançamento do novo ensino médio, em Brasília, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que o MEC já investiu mais de R$ 360 milhões na implantação das mudanças.
Ainda segundo Ribeiro, o sucesso na implantação do novo ensino médio também precisará do apoio dos profissionais da educação para alcançar seu sucesso.
“Eu acredito no projeto e que, lá na ponta, professores e diretores e secretários são os grandes responsáveis para que esse novo ensino médio possa acontecer e ser um sucesso para os nossos jovens e para o nosso Brasil”, disse o ministro.
Já o secretário da Educação Básica do MEC, Mauro Rabelo, destacou que as mudanças no ensino médio são fruto de uma discussão de 20 anos, contidas em uma lei aprovada em 2017.
"As necessidades de mudança para o ensino médio brasileiro vem sendo discutidas há pelo menos duas décadas. As alterações nas leis de diretrizes e bases da educação nacional foram ouvidas pela Lei 13.415, de 2017, que prevê, entre outras medidas, a ampliação da carga horária, com uma nova organização para o ensino médio", frisou.
O cronograma apresentado pelo ministério prevê calendários que ampliarão a carga horária nas unidades escolares de ensino médio; prazos para a implementação dos novos currículos, alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e aos itinerários formativos.
Prevê também o estabelecimento de cronogramas referentes aos materiais e recursos didáticos, via Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), bem como para atualizações das matrizes do Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI), do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e da matriz de avaliação do Novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
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Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV, e da Agência Brasil