Tarso Genro: fim de bolsa para policiamento comunitário 'foi um crime'
Rio - Ministro da Educação e da Justiça na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT) criticou nesta quinta-feira, 30, o governo de Dilma Rousseff por não levar adiante as iniciativas do Plano Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). "Foi um crime terminar com a bolsa para formação de policiais em policiamento comunitário", criticou o ministro durante seminário sobre segurança pública, na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio.
"Houve uma descontinuidade do segundo governo Lula para Dilma e temos hoje uma situação na segurança pública de ausência gritante do governo federal, o que é profundamente lamentável", afirmou. O programa Bolsa Formação era oferecido a profissionais de segurança que frequentassem cursos gratuitos oferecidos pelo Ministério da Justiça.
Vitrine do segundo mandato de Lula e parte do chamado "PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) da Segurança Pública", o Pronasci perdeu força e recursos já na primeira gestão de Dilma Rousseff. Em 2011, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou fragilidade na fiscalização de projetos do Pronasci.
O ex-ministro disse que "50% dos projetos do Pronasci foi contaminado" por interesses políticos. "Os outros projetos não foram contaminados porque autoridades locais eram consequentes. Quando a autoridade local não é séria, o projeto é instrumentado partidariamente. Os projetos que deram certo tinham forte presença da juventude. Também as bolsas de formação dos policiais eram muito importantes", disse Genro a um grupo de gestores de várias partes do País e pesquisadores da violência.