Dino (divulgador de notícias)

/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_TOPO |
Geral

Economista mostra como ensinar educação financeira aos filhos e investir

Com práticas simples como conversas, jogos e gestão da mesada, pais podem preparar crianças para uma vida financeira saudável

Dino - Divulgador de Noticias
audima
audima
Foto: Divulgação/DINO
pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_02

O brasileiro é habituado a contrair dívidas e pouco disposto a investir: 78,3% das famílias estavam endividadas em maio deste ano, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC); e 61% das pessoas não conseguem guardar dinheiro para investimento ou poupança, conforme a pesquisa “Pulso 2023” da Ipsos. Essas escolhas relacionadas a dinheiro podem ser influenciadas pelas disparidades sociais, inflação e desemprego. Mas, para além de fatores socioeconômicos, existe o viés subjetivo do comportamento humano, que torna comuns hábitos como gastar por impulsos, esquecer de prazos de pagamento ou não ter economias.

No que compete a ajustes comportamentais, o que pais, mães e tutores podem fazer para que seus filhos tenham uma relação mais saudável com o dinheiro? A economista e assessora de investimentos Daliane Poças sugere três pontos principais para melhorar essa situação. Primeiro, falar sobre o dinheiro desde cedo com as crianças, usando atividades lúdicas e jogos para introduzir conceitos financeiros básicos. Segundo, ensinar e praticar o consumo responsável, mostrando como distinguir entre necessidades e desejos. Terceiro, incentivar a fazer o dinheiro render, por meio de investimento adequado ao perfil de risco.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_03

“Ao educar financeiramente nossas crianças e adolescentes, contribuímos não apenas para um futuro financeiro mais saudável para elas, mas também para uma sociedade menos endividada”, defende Daliane Poças.

Famílias falam mais sobre dinheiro, mas investem pouco

O ponto positivo para a sociedade brasileira é que as conversas em família sobre assuntos financeiros estão mais presentes atualmente do que na geração anterior, segundo a pesquisa “Finanças para os Filhos: Dinheiro é Coisa de Adulto?”, divulgada pela Serasa em outubro de 2023.

A pesquisa revelou que 6 em cada 10 pais e mães nunca tiveram uma conversa sobre o tema finanças com os seus pais enquanto crianças. Por outro lado, a atual geração de pais agora está se esforçando um pouco mais: 8 em cada 10 pais dizem conversar com seus filhos sobre finanças.

O estudo mostra que as conversas que introduzem o tema do dinheiro nas famílias esclarecem “quais produtos são caros ou baratos”, “o que é possível ou não comprar”, seguido por “mostrar a importância de guardar dinheiro”. Embora estejam mais dispostos a falar sobre “guardar dinheiro”, 72% dos pais não fazem nenhum tipo de investimento ou poupança para os filhos; e 49% ainda não fazem, mas pretendem fazer no futuro.
Nesse cenário em que o investimento para filhos é desejado, mas ainda fora da realidade, a economista Daliane Poças propõe medidas para as famílias que buscam um futuro com mais saúde financeira.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_04

“A tradicional prática de guardar dinheiro em um cofrinho pode ser um ponto de partida lúdico para abordar a importância da reserva financeira, mas é preciso ir além”, alerta Daliane Poças. Para a economista, ensinar sobre proteger o dinheiro da inflação permite que as crianças e os adolescentes entendam como seu dinheiro pode crescer ao longo do tempo.

Para quem quer ir além, é possível introduzir meninas e meninos ao mundo dos investimentos. Segundo a economista, é possível abrir conta de investimentos para as crianças, em conjunto com um dos pais ou com a presença de um tutor. Daliane reforça que esses investimentos devem respeitar os limites do perfil de risco (suitability) e os objetivos financeiros das famílias.

Brincadeiras e mesadas como ferramentas de educação financeira

Investir é um passo mais avançado na educação financeira. Para chegar lá, é preciso antes construir a autorresponsabilidade financeira. As ações para isso podem iniciar já na infância e evoluir conforme a idade.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_05

Por meio de jogos e brincadeiras, é possível ensinar aos pequenos conceitos básicos como o valor do dinheiro, a diferença entre necessidades e desejos de consumo, e o planejamento financeiro. Atividades como montar uma loja fictícia podem ilustrar a troca e o valor dos produtos. Jogos como o Banco Imobiliário podem servir de introdução à negociação e ao gerenciamento de dinheiro. Criar um caderno de despesas serve para monitorar gastos e planejar economias.

Aos poucos, podem ser introduzidas atividades que possibilitem a familiarização com ferramentas financeiras, como contas bancárias e cartões de crédito. “Muitas crianças veem seus pais usando cartões de crédito sem entender que a fatura precisa ser paga posteriormente. Explicar o funcionamento desse e outros instrumentos contribui para uma visão realista das finanças”, pontua Daliane Poças.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_06

Para as famílias adeptas da mesada, a prática pode começar com valores pequenos, ajustados à idade e às necessidades dos filhos. Com essa quantia, eles aprendem a tomar decisões sobre como gastar, poupar ou investir seu dinheiro. “A experiência prática de lidar com um orçamento limitado ajuda a desenvolver responsabilidade e autonomia, habilidades essenciais para a vida adulta. Isso não apenas ensina sobre dinheiro, mas também fortalece os laços familiares”, opina Daliane Poças.

Além de ensinar a administrar o dinheiro, a mesada permite que as crianças compreendam a diferença entre necessidades e desejos. Ao planejar seus gastos, elas começam a perceber que nem tudo pode ser adquirido imediatamente e que é preciso fazer escolhas conscientes.

Por exemplo, os pais podem ajudar seus filhos a refletir: eu realmente preciso realizar esta compra; ou posso guardar e investir para fazer uma compra maior? Esse aprendizado contribui para evitar o comportamento consumista e impulsivo, que leva muitos adultos ao endividamento. “Em todo esse processo, os pais também podem - e devem - servir de exemplo, mostrando aos filhos como gerenciam seu orçamento, suas necessidades e desejos", conclui Daliane Poças.

/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |
/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade.