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Rede pública de ensino ainda não definiu se haverá reprovação de alunos neste ano no ES

Devido à pandemia, as atividades pedagógicas em 2020 não foram consideradas para avaliação e os estudantes foram aprovados automaticamente

Marcelo Pereira

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação
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Após um ano marcado por uma pandemia quando as escolas não consideraram os resultados de 2020 para fins de reprovação, a avaliação dos estudantes segue indefinida até o momento. 

No ano passado, por recomendação da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), os alunos foram "promovidos", ou seja, passaram para as séries posteriores automaticamente. Assim, quem estava no quinto ano foi para o sexto ano, por exemplo. 

O único critério para a repetência de série foi a desistência, ou seja, quando o aluno não manteve vínculo com a unidade de ensino, por não entregar os trabalhos e atividades solicitadas de forma remota ou por não registrar presença online.

Para 2021, segundo informou por nota, a Sedu aguarda normativas do Conselho Estadual de Educação (CEE) para traçar as definições, sem citar um prazo. 

As aulas presenciais de todos os níveis educacionais (da educação infantil ao ensino superior) já foram liberadas desde 21 de junho pelo Governo do Estado em todos os municípios, independente da classificação de risco para transmissão de coronavírus. 

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Com a retomada da presença das crianças e jovens nos colégios, muitos pais estão em dúvida de como será feita essa avaliação pedagógica. A técnica em segurança do trabalho Marcielly Brito, de 38 anos, é uma dessas mães.

Ela ficou preocupada com a avaliação do filho Isaque Brito, de 13 anos, em 2020. Ele estudava na rede pública na Serra e estava no sétimo ano. 

Foto: Reprodução / Instagram
Marcielly Brito com os filhos Isaque e Isabella e o marido Vinícius Brito: indefinição sobre avaliação da escola preocupa

As aulas presenciais foram suspensas e o estudante recebia atividades remotas do colégio. 

"Ele não teve nenhuma avaliação, nenhuma prova. Cheguei a conversar com a diretora pedindo que ele permanecesse no sétimo ano mas ela disse que isso não seria possível porque ninguém seria reprovado. Fiquei curiosa sobre como iriam determinar a evolução dele na escola porque se não é fácil para quem está num curso técnico e superior como a gente, imagine para as crianças", comparou.

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Este ano, ela transferiu o filho para um colégio particular. Também autorizou que ele voltasse ao formato presencial, bem como a outra filha, a pequena Isabella, de 4 anos, matriculada numa creche da rede pública. 

Ela conferiu se tanto a escola pública quanto a particular respeitavam regras sanitárias para garantir a segurança dos filhos na questão do contágio por coronavírus. 

Ela notou mudanças no novo colégio do garoto. "Ele já fez provas e trabalhos valendo notas. Porém, até o momento, a escola não informou se vai haver sistema de reprovação e aprovação este ano",  informou. 

Rede particular irá considerar reprovação

De acordo com o vice-presidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), Eduardo Gomes, não há um padrão na avaliação dos alunos na rede particular.

 "Cada estabelecimento de ensino tem autonomia para definir o formato de avaliação. Alguns, inclusive, nem consideram notas, não aplicam provas. Porém, a avaliação existe e será aplicada este ano", avisa, frisando que reprovação será considerada. 

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"A reprovação é uma alternativa pedagógica. Não é instrumento de punição. É somente constatação de que aquele aluno não está preparado para assumir a próxima etapa. Seria muito prejudicial a ele se ele não tivesse esse retorno", reforça.

Gomes considera que as condições de 2021, com a retomada constante das aulas presenciais e avanço das vacinação entre os profissionais, após todas as experiências adquiridas no ano passado, dão condições para que as escolas possam retornar aos processos de avaliação.

 "Não temos mais como adiar o retorno dessas avaliações após toda a experiência de adaptação que fizemos no ano passado", conclui.

Importante é manter o vínculo com a escola

O pedagogo Douglas Setúbal, de 26 anos, entende a apreensão dos pais, trabalhando na rede municipal da Serra. Ele, que também é professor de Inglês na rede pública estadual em Vitória, assim como outros profissionais, teve que adaptar o seu trabalho e o formato de avaliação diante do cenário de pandemia. 

Foto: Reprodução / Instagram
Pedagogo Douglas Setúbal reforça que o vínculo entre a escola e o aluno deve ser preservado
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"O que os pais e responsáveis devem estar atentos é que a nota da prova é um registro formal e é um dos inúmeros instrumentos na avaliação. O que conta é o processo de aprendizagem e, dentro desse raciocínio, manter o vínculo com a escola é o mais importante. Nesse sentido, eles podem ter certeza que a avaliação e o acompanhamento do aluno são constantes", desenvolve.

Ele explica que, diante de condições diferentes de cada estudante (alguns não tinham acesso às aulas online, por exemplo), a rede pública teve que suspender o método formal de avaliação. 

Nessa decisão, reprovações não foram consideradas. 

"Em 2020, os alunos foram promovidos para as séries posteriores. Mas, isso não significa que os conteúdos das disciplinas do ano passado foram simplesmente ignorados. Com a abertura gradual das aulas presenciais a partir do avanço da vacinação entre os trabalhadores da Educação, esses conteúdos são utilizados agora como material de recuperação pedagógica para que dê subsídios para o nosso planejamento em 2021", explica.

Setúbal recomenda aos pais que continuem a ficar atentos à vida escolar das crianças e jovens. 

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"Com a pandemia, as pessoas despertaram para a importância da escola e do trabalho dos professores. Mas o coronavírus ainda não passou. Assim como houve adaptações no método de ensino nesse mais de um ano de situação crítica, a avaliação também poderá ser modificada, afastando, de acordo com as circunstâncias, do método tradicional. Importante é o pai, mãe ou responsável estar atento, ser parceiro da escola", reforça.

Confira as dicas do pedagogo para este momento: 

1Fortaleça a comunicação com a escola

Foi-se o tempo em que os pais, mães e responsáveis só tomavam conhecimento do que os filhos faziam na escola na hora de conferir o boletim ou na reunião do colégio. É importante que o contato com a escola parta da família. Além disso, é nesse contato que os pais ficam mais por dentro da metodologia de ensino da escola.

2 - Auxilie no planejamento de estudos do filho(a)

Se para os adultos foi complicado se adaptar ao "novo normal" com o trabalho remoto, imagine para as crianças. Com a reabertura, é preciso ficar atento aos horários de estudos em casa pois em muitas escolas as turmas são divididas em rodízio semanal com aulas presenciais e estudo remoto ou atividades à distância. Ajude seu filho a se adaptar a mais essa rotina. 

3Reserve um ambiente adequado para estudos dos filhos(as)

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Estimule seu filho que ele estude em um ambiente escolhido por ele, que tenha boa iluminação, longe de ruídos ou distrações. Ambientes como sala e cozinha, onde há muita circulação de pessoas não são indicados. Mostre à criança que os estudos são importantes para a família ao determinar um lugar especialmente definido para essa atividade.  

4 - Dialogue diariamente com os filhos(as) sobre a vida escolar

Quando se conversa sobre o que ele está aprendendo, você demonstra que o conteúdo é importante, está preocupada com o desenvolvimento dele e contribui para fixar os conteúdos do dia.  

5 Evite cobranças excessivas

O importante é que as crianças se sintam estimuladas pelas atividades escolares. A cobrança excessiva vai ser considerada ameaça e não vai ajudar na melhoria das notas e do avanço do aprendizado. Determinar limites e regras é importante quando isso significa criação de hábito de estudo. E lembrar que todos passam por momentos difíceis nesse momento de pandemia, onde tudo é uma constante adaptação.  

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