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Lei citada por Trump para separar pais e filhos imigrantes não existe

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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A lei que autoriza a separação de pais e filhos imigrantes apreendidos na fronteira do México com os Estados Unidos não existe, ainda que o presidente americano, Donald Trump, insista em sua validade, mostra o serviço de verificação de fatos da Associated Press.

Em recentes declarações a jornalistas e em entrevista na Fox News, Trump não apenas manteve o argumento como culpou os democratas pela implantação da suposta legislação.

A separação de pais e filhos se deve, na verdade, à política de "tolerância zero" adota pela administração Trump na questão imigratória. Nenhuma lei a impõe.

"Tolerância zero" significa que quando se descobre uma família entrando de forma clandestina dos Estados Unidos, os pais são detidos e processados penalmente, mesmo se não tiverem antecedentes criminais em seus países de origem. É neste momento que as crianças são separadas dos seus responsáveis.

Antes da política, em geral, os pais eram alvo de processos civis de deportação, que não requeriam separação imediata.

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Um relatório da Segurança Nacional obtido pela Associated Press mostra que, desde quando a "tolerância zero" foi imposta, em abril, 1.995 crianças foram separadas de seus pais.

As reiteradas - porém pouco específicas - referências de Trump à lei democrata parecem aludir a um projeto de 2008. A legislação foi aprovada por unanimidade no Congresso e assinada pelo então presidente do país, o republicano George W. Bush. O texto prevê a liberação e ajuda a menores que chegaram à fronteira sem pais ou tutores e nada fala sobre a separação de famílias.

Os aliados de Trump no Congresso atribuem as separações a decisões judiciais, o que também é evasivo.

Os tribunais estabeleceram que as crianças imigrantes sejam liberadas da detenção, mas o direito não é extensivo aos pais. A discrepância faz com que os adultos sejam mantidos atrás das grades.

Porém, o aumento da separação de famílias deriva da prática do governo de maximizar os processos penais e a forma como as autoridades aplicam a medida.

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Em 1997, o acordo alcançado após uma demanda coletiva estabeleceu protocolos para o tratamento e liberação de crianças não acompanhadas que eram capturadas na fronteira.

O "Acordo Flores", que leva o nome de uma adolescente apreendida na fronteira na década de 1980, requer que o governo libere as crianças e seus pais, parentes adultos e outros cuidadores, nesta ordem de preferência. Se essas opções forem esgotadas, as autoridades devem encontrar um arranjo "menos restritivo" para o menor que chegou ao país sem seus pais.

O governo Trump quer que o Congresso apoie uma lei que revogue este acordo.

Em 2015, um juiz federal de Los Angeles ampliou os termos do acordo, ao determinar que ele se aplica também a crianças capturadas com seus pais, além daqueles que chegaram sozinhos aos Estados Unidos.

Decisões recentes, derivadas de processos de apelação, afirmam o direito dos menores a uma audiência judicial e requerem a melhora das condições nos centros de detenção de curto prazo, administrados pela Patrulha Fronteiriça.

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Em 2016, a Corte de Apelações do 9º Distrito dos EUA conclui que as crianças imigrantes que chegaram à fronteira com seus pais devem ser tiradas de trás das grandes. A decisão não especificou se os pais também devem liberadas, tampouco se seguirão separados de seus filhos. Fonte: Associated Press.

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