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Theresa May ainda negocia acordo com partido Unionista Democrático

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Londres - A primeira-ministra Theresa May ainda está em negociações com o Partido Unionista Democrático (DUP, na sigla em inglês) da Irlanda do Norte por um acordo que proporcionaria a seu Partido Conservador os votos necessários para governar como uma administração minoritária, informou seu gabinete na manhã deste domingo, apesar de ter dito anteriormente que havia chegado a um acordo. Não houve uma explicação sobre a mudança de tom.

O DUP, por sua vez, informou em uma declaração que mantém discussões positivas com os conservadores, que continuariam na próxima semana.

As negociações seguem as eleições nacionais da última quinta-feira no Reino Unido, nas quais May obteve muito menos votos do que o previsto e ficou aquém de uma maioria geral no Parlamento. Ela foi forçada a buscar a ajuda do DUP - que garantiu 10 dos 650 assentos no Parlamento - para formar uma aliança que veria o pequeno partido de volta ao governo em votos críticos para manter os conservadores no poder.

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May havia convocado as eleições em abril, em uma tentativa de fortalecer sua liderança antes das negociações com membros da União Europeia nos termos da saída da Grã-Bretanha do bloco, que começará no dia 19 de junho. Mas o oposto acabou acontecendo.

As negociações são sobre um chamado acordo de "confiança e oferta" entre os dois partidos - uma raridade na Grã-Bretanha, onde o sistema político tende a gerar governos de maioria simples. Isso pode significar que o DUP prometeria efetivamente apoiar o governo em futuras moções de não confiança no Parlamento e apoiar seus planos de impostos e gastos, entregues em orçamentos semestrais debatidos pelos legisladores. Os governos do Reino Unido precisam ganhar tais votos para permanecer no cargo. O acordo ficaria, porém, aquém de uma coalizão formal, o que significaria que May teria de lutar pelo apoio parlamentar para a maior parte de sua plataforma legislativa.

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No início do sábado, os dois assessores mais próximos de May, os chefes de gabinete Nick Timothy e Fiona Hill, renunciaram na sequência do resultado eleitoral de quinta-feira. "Claramente, o resultado das eleições gerais foi uma grande decepção", disse Timothy em uma carta no site político Conservative Home. Ele chamou a Grã-Bretanha de um país dividido e disse que May é "a única líder política que entende isso".

O resultado mais fraco do que o esperado para May poderia levá-la a seguir um caminho mais suave de Brexit do que esperava. Antes da eleição, ela era inequívoca em seus planos de retirar a Grã-Bretanha do mercado único da União Europeia e da união aduaneira, que exige a livre circulação de pessoas do bloco - uma demanda fundamental de muitos apoiadores da Brexit. Mas isso agora parece estar em questão.

Autoridades da UE disseram que a incerteza política provocada pelas eleições do Reino Unido não afetaria o calendário de dois anos para que a Grã-Bretanha e a UE negociassem uma saída. A chanceler alemã, Angela Merkel, disse na sexta-feira que não esperava qualquer atraso na negociação do divórcio. "Nós dissemos que, é claro, vamos esperar até as eleições na Grã-Bretanha", disse Merkel na sexta-feira à noite durante uma visita ao México. "Mas essas conversas começarão nos próximos dias". Merkel disse que ela e os líderes dos outros 26 países empenhados em permanecer no bloco querem negociar Brexit "rapidamente" e "dentro do cronograma". "Queremos continuar a ser um bom parceiro da Grã-Bretanha", acrescentou Merkel.

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May enfrentou críticas de dentro de seu Partido Conservador na sexta-feira após uma campanha que foi prejudicada por erros, incluindo uma reversão de política chave. "Nossa própria campanha foi sequestrada por nós mesmos", disse o legislador conservador Nigel Evans à British Broadcasting Corp. "Foi um objetivo próprio e surpreendente. Nós não atiramos no próprio pé. Nós atiramos na própria cabeça".

Ela também enfrentou críticas sobre sua decisão de buscar uma aliança com o DUP, que tem uma abordagem socialmente conservadora para questões como o casamento gay e o aborto.

As posições-chave no gabinete de May não foram afetadas pelas eleições, com Philip Hammond ficando como ministro das Finanças e Boris Johnson permanecendo como secretário das Relações Exteriores.

Fonte: Dow Jones Newswires

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