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Relatório final da Polícia Federal aponta quais eram as falhas da barragem que causou tragédia em MG

O relatório final foi divulgado durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (22), na sede da Polícia Federal no Espírito Santo, em Vila Velha. Foram apontadas falhas de segurança

Redação Folha Vitória
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Foi divulgado nesta quarta-feira (22) o relatório final sobre o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, em Mariana, Minas Gerais, em novembro de 2015. Nele foram apontados os possíveis motivos da tragédia além de revelar que a cúpula da empresa sabia dos problemas da barragem.

O rompimento da barragem deixou o distrito de Bento Rodrigues completamente devastado Foto: Arquivo/Agência Brasil

Excesso de água nos rejeitos de minério, equipamentos reaproveitados e com defeito, falhas de monitoramento, e operação acima da capacidade. Estas foram algumas das causas apontadas no relatório final da Polícia Federal sobre a tragédia provocada pelo rompimento da barragem com rejeitos de minério. Segundo o relatório, os problemas começaram ainda em 2008, na construção da barragem.

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“A Samarco assumiu o risco porque tinha conhecimento de todos os problemas que a barragem tinha desde a construção. Tinha conhecimento das reformas que foram feitas nela sem projeto. A mineradora aumentou a produção e utilizava essa mesma barragem que já era problemática, utilizando acima que as normas técnicas recomendadas para a continuidade, além de ter um controle deficitário na área de controle da barragem”, afirma o delegado de repressão a crimes contra o meio ambiente e patrimônio histórico e cultural de Minas Gerais, Roger Lima de Moura.

Vale e BHP Billiton cogitaram evacuar área de tragédia em 2012

Mariana: cidade destruída Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Na manhã desta quarta-feira (22), um resumo do relatório, composto por mais de 500 páginas foi apresentado para a imprensa, que não teve acesso ao documento na íntegra, durante entrevista coletiva na sede da Polícia Federal no Espírito Santo.

O delegado responsável por chefiar as investigações falou não só sobre as causas, mas também que a direção da mineradora tinha conhecimento dos problemas estruturais da barragem.

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No relatório, constam informações sobre uma suposta troca de mensagens entre a então presidência da empresa, e a direção da mineradora. Nelas, o diálogo aponta para uma preocupação com problemas na estrutura da barragem. Algo que teriam conhecimento antes mesmo do desastre acontecer.

“Pelo que foi apurado no inquérito, a direção da Samarco sempre era comunicada e tinha consciência do que estava acontecendo na barragem. A direção tinha comunicação com órgão técnico da Samarco e sabia dos problemas que a barragem tinha. Eles sempre tinham conhecimento”, completa Moura.

Dezoito pessoas morreram Foto: Arquivo/Agência Brasil

No próximo dia 5 de julho, o rompimento da barragem de Fundão que destruiu o distrito de Bento Rodrigues e atingiu diversas cidades mineiras e do Espírito Santo, completa sete meses. 18 pessoas morreram e uma ainda está desaparecida. Ao todo, oito pessoas, além da Samarco, Vale e Consultora VogBR foram indiciadas no inquérito.

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“O que ficou apurado é que houve uma sequência de falhas na operação, que contribuíram para o rompimento. Entre essas falhas estaria um alteamento da barragem em uma velocidade maior que a recomendada. Além de não ter sido identificado nenhum documento que pudesse comprovar que houve alguma análise de estabilidade para a execução deste tipo de recuo”, afirma o perito criminal federal, Bruno Teixeira Dantas.

O relatório final, agora, será encaminhado para o Ministério Público Federal (MPF).

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