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Fumo: ministro evita embalagem padrão

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Brasília - O ministro da Saúde, Ricardo Barros, vai manter distância por enquanto de um assunto considerado essencial por grupos que lutam pela redução do tabagismo no Brasil, a obrigatoriedade de embalagem padronizada dos maços de cigarro. O ministro justifica a decisão afirmando não haver no momento nenhuma evidência que demonstre que a medida traz benefícios para a saúde pública.

Barros é engenheiro e deputado licenciado do PP, partido que tem entre seus quadros vários integrantes que defendem a indústria do tabaco. Entre eles está o deputado federal pelo Rio Grande do Sul Luiz Carlos Heinze. "Uma coisa é certa. Isso é péssimo para nossa economia. Não podemos adotar uma restrição como essa, justamente num momento de crise."

Apesar da resistência do ministro, a adoção de "maços genéricos" é recomendada pela Organização Mundial da Saúde. A Convenção-Quadro para o Tabaco, acordo internacional com medidas para reduzir e prevenir a dependência do fumo, recomenda a retirada de todo apelo visual das embalagens do produto. A estratégia, avalia a OMS, ajuda a reduzir a experimentação por jovens. Maços padronizados seriam menos atrativos. Ao mesmo tempo, mensagens de advertência, hoje já presentes, ganhariam destaque.

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Atualmente, há três projetos tramitando no Congresso com propostas tornando obrigatória embalagens padronizadas. Um dos textos é de autoria do atual colega de Barros na Esplanada, o ministro de Relações Exteriores, José Serra. A proposta está em tramitação no Senado.

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Além de manter silêncio sobre a votação das propostas no Congresso, o ministro evitou ter sua imagem associada à campanha em defesa da embalagem genérica, recomendada pela OMS. Anteontem, quando se comemorou o Dia Mundial sem Tabaco, um evento foi realizado no Instituto Nacional do Câncer justamente para discutir mudanças nas embalagens. Barros desmarcou sua participação, afirmando para interlocutores acreditar que o tema era "complexo."

O ministro argumenta que poucos países adotaram a medida recomendada pela OMS. A equipe de Barros questiona, ainda, se uma eventual "economia" com despesas na propaganda não poderia ser usada para estratégias distintas, que incentivassem o consumo.

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A Austrália instituiu embalagens genéricas para cigarros em 2012. França e Reino Unido seguiram a iniciativa neste ano. Canadá, Nova Zelândia e Noruega afirmam que também devem adotar a política. Desde 2012, as taxas de experimentação de cigarros entre adolescentes australianos caiu de 23,3% para 19,1%. Para Heinze, porém, a comparação com a Austrália não pode ser feita. "Não produzem o que produzimos. Vou lutar contra a proposta até o fim."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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