Publicitários capixabas comentam polêmica sobre propaganda com casais gays do Boticário

Uma propaganda do Boticário feita especialmente para comemorar o Dia dos Namorados tem levantado uma grande polêmica nas redes sociais. Há quem esteja promovendo até mesmo um boicote aos perfumes, presente tão tradicional para a data de 12 de junho.

No vídeo exibido em rede nacional na TV, pessoas saem em busca do presente de Dia dos Namorados, homens e mulheres, que ao retornarem formam casais diversificados, homossexuais e heterossexuais. 

As cenas foram o bastante para pessoas criarem páginas de repúdio nas redes sociais, levarem o assunto aos trend topics e criarem uma campanha de ‘dislike’, no canal da empresa no youtube. O grupo dos contra e o grupo dos favoráveis chegaram a disputar voto a voto.

Até às 18 horas desta terça-feira (02), 180.963 pessoas votavam a favor, e os contra 151.294, e mais de um milhão e 200 mil visualizações.

Para o publicitário da agência TCT Rodrigo Haru, o conteúdo deveria ser visto com naturalidade. “A publicidade não é educadora da sociedade, ela segue tendências e se baseia no que é interessante para cada cliente. O vídeo com os casais foi uma aposta que atingiu as pessoas, porque o Boticário é uma empresa que trabalha com produtos para a família e acabou virando uma afronta”, afirmou. 

Campanhas para que a propaganda saia do ar circulam em correntes do WhatsApp e comentários agressivos foram parar no site Reclame Aqui. A propaganda foi chamada de apelativa, tendenciosa, desrespeitosa e alguns acreditam que o comercial incentiva as relações homossexuais. Do outro lado o Boticário respondeu por nota às críticas dizendo que a companhia incentiva as diferentes formas de amor, independente de idade, raça, gênero ou orientação sexual.

O professor universitário e publicitário Marcello Miranda acredita que o Boticário está se posicionando como gay friendly assim como a Coca-Cola, TAM, Gol, e Apple, empresas que são simpatizantes do público homossexual. “No sentido mercadológico não tem nada anormal, é um processo que não tem mais volta, e deve ser aceito com normalidade”. Ele acredita que a empresa não vai deixar de vender por causa da propaganda, e que o mercado descobriu um filão. 

“O mercado enxergou que essas pessoas têm características muito particulares de compra, consomem, arte, cultura, viajam e gostam de coisas caras. As agências, o cinema, as empresas descobriram que além do bom gosto, esse público tem dinheiro”, garante o professor.

O publicitário e blogueiro do Folha Vitória, Dídimo Effgen, também aprovou a campanha do Boticário e o assunto também foi destaque no seu blog. Para conferir mais detalhes é só clicar aqui. 

Confira a propaganda: