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Suplementação de fósforo desafia a agropecuária brasileira

Especialista diz que o fosfato bicálcico é a principal e mais nobre fonte de fósforo utilizada na produção de ração animal. A deficiência desse mineral pode causar diversos problemas no desenvolvimento dos animais e até levar à morte.

Dino - Divulgador de Noticias
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Foto: Divulgação/DINO
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A deficiência de fósforo nos solos e nos alimentos básicos para a produção de rações é um desafio significativo para a agropecuária brasileira. A cooperação entre governo, indústria e produtores rurais, o investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias inovadoras, a adoção de práticas agrícolas sustentáveis e a formação de profissionais capacitados são medidas fundamentais para enfrentar esse desafio e garantir a qualidade, a competitividade e a sustentabilidade da produção animal no Brasil.

Os solos brasileiros apresentam, de forma geral, uma deficiência significativa em fósforo. Esse mineral, vital para o desenvolvimento e manutenção das funções biológicas dos animais, tem papel fundamental na produção comercial de bovinos, aves e suínos. Sua escassez nos solos e nos alimentos básicos, como milho e soja, torna a suplementação nutricional uma prática crucial para garantir a saúde e a produtividade desses animais.

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Estudo do Instituto Agronômico de Campinas demonstra que o ganho de eficiência no uso de fósforo reduziria a quantidade a ser adicionada para a manutenção de uma produção almejada. “O conceito de uso eficiente de fósforo poderia alternativamente ser posto como um alerta para reduzir perdas do nutriente mediante aplicações excessivas ou evitar o empobrecimento do solo quando ocorrem adições abaixo da remoção pelos produtos agrícolas”.

O fósforo desempenha um papel muito importante no metabolismo energético e na síntese de proteínas. A deficiência desse mineral pode causar problemas de crescimento, reprodução e até mesmo levar à morte dos animais. No caso dos bovinos, tanto na produção de carne quanto de leite, a suplementação de fósforo é de suma importância. Uma dieta inadequada pode comprometer o ganho de peso, a produção de leite e o desempenho reprodutivo dos animais, impactando diretamente a lucratividade dos produtores.

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Para aves e suínos, os alimentos básicos na produção de rações são o milho e a soja, que também são pobres em fósforo. Nesses casos, o uso de fosfato na complementação alimentar é fundamental para suprir as necessidades dos animais e garantir seu desenvolvimento adequado. Os fosfatos mais comuns utilizados na alimentação animal são o fosfato bicálcico e o fosfato monocálcico, que têm posições de destaque devido sua eficiência nutricional.

De acordo com Marcelo Rodrigues, gerente nacional de fosfatos da Katrium Indústrias Químicas, o fosfato bicálcico é a principal e mais nobre fonte de fósforo utilizada na produção de ração animal – para todas as espécies e fases de criação. “Depois do cálcio, o fósforo é o macromineral com maiores concentrações no organismo animal.  Na realidade, ele não existe como elemento livre, pois é muito reativo, mas na forma de fosfatos – sendo fundamental nas estruturas ósseas e dentária, além de várias outras funções metabólicas. Ou seja, trata-se de um mineral imprescindível para a vida animal”.

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Rodrigues explica que o fosfato bicálcico geralmente é obtido pela reação de neutralização do ácido fosfórico de alta qualidade com uma fonte de cálcio, normalmente hidróxido de cálcio ou carbonato de cálcio. O ácido fosfórico, por sua vez, é o produto da reação entre rocha fosfática reativa com ácido clorídrico ou sulfúrico. “Trata-se de um processo complexo, com poucos produtores mundiais”, acrescenta.

Segundo o executivo, embora o Brasil tenha muitas minas de rocha fosfática, elas não são suficientes para atender à demanda interna. Portanto, a importação de produtos acabados e matérias-primas é obrigatória. Vale lembrar que a rocha fosfática também é matéria-prima para a produção dos fertilizantes fosfatados, consumidos pela agricultura em larga escala – o que justifica sua alta demanda nos mercados mundiais.

“O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de carne do mundo. Portanto, a deficiência de fósforo nos solos e nos alimentos básicos para a produção de rações representa um desafio para o setor agropecuário”, diz Rodrigues. “É necessário buscar alternativas sustentáveis para aumentar a disponibilidade desse nutriente nos solos, como a aplicação de adubos fosfatados, a utilização de espécies de plantas que absorvam e disponibilizem mais fósforo e a adoção de práticas agrícolas que minimizem a erosão e o escoamento superficial do solo”.

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A busca por soluções sustentáveis e eficientes é fundamental para enfrentar o desafio imposto pela deficiência de fósforo nos solos e nos alimentos básicos para a produção de rações. A adoção de práticas agrícolas adequadas e a conscientização dos produtores sobre a importância da suplementação de fósforo são medidas essenciais para garantir a qualidade e a competitividade dos produtos agropecuários brasileiros no mercado global.

A cooperação entre governo, indústria e produtores rurais é fundamental para enfrentar esses desafios e buscar soluções integradas e sustentáveis. Ações conjuntas, como a implementação de políticas públicas de incentivo à pesquisa e à adoção de práticas agrícolas sustentáveis, podem contribuir para a melhoria da disponibilidade de fósforo nos solos e na alimentação animal.

“É imperativo que todos os envolvidos no setor agropecuário brasileiro estejam cientes da importância do fósforo na nutrição animal e trabalhem em conjunto para desenvolver e implementar estratégias que permitam superar os desafios apresentados pela deficiência desse nutriente nos solos e nos alimentos. O sucesso dessa abordagem integrada se traduzirá em benefícios significativos para a produtividade, a rentabilidade e a sustentabilidade da agropecuária nacional”, defende o executivo da Katrium.

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