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Saiba o que há por trás do protesto que parou o trânsito da Grande Vitória

Manifestação que impediu o fluxo de veículos na Serra e se refletiu em Vitória e Cariacica foi feita por uma chapa de oposição à atual diretoria do Sindirodoviários

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução TV Vitória
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Uma manifestação de rodoviários do transporte público na manhã desta segunda-feira (29), nas imediações do Terminal de Carapina, na Serra, fechou o trânsito na BR-101, e causou engarrafamento que acabou prejudicando o tráfego de toda a Grande Vitória e trazendo transtorno para a população. O pano de fundo para o caos nas ruas foi uma disputa política envolvendo o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários).

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O protesto durou mais de quatro horas, totalizando ao menos 12 km de lentidão. De acordo com serviços de monitoramento de trânsito, o motorista levava 40 minutos para passar pela Rodovia das Paneleiras, num trajeto feito normalmente em cinco. Trajetos de 50 minutos duraram mais de três horas. Muitos passageiros desceram dos ônibus, impedidos de seguirem, e foram a pé.

Foto: Reprodução TV Vitória
Muitos passageiros desistiram de esperar ou de ficar nos coletivos e desceram dos ônibus e foram a pé
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Os prejuízos foram causados por uma disputa sindical: dois grupos disputam o poder no Sindirodoviários. Uma eleição para definir a nova diretoria está prevista para 22 de junho. Uma chapa de oposição à atual gestão foi quem realizou o protesto. 

Foto: Reprodução TV Vitória
Advogado trabalhista Caio Kuster diz que protesto não foi pautado por direitos dos trabalhadores
"É uma discussão que, em princípio, não está falando diretamente em direitos dos trabalhadores. Me parece que se está se questionando a lisura e a forma como o processo eleitoral está decorrendo. O que desafia outro tipo de medida jurídica, por que as pessoas aderiram, o que se estava discutindo ali. De fato, nós tivemos aderência pois quem parou foi o motorista do transporte público. Tivemos a classe, de certa forma, participando desse movimento", disse o advogado trabalhista Caio Kuster

Não houve aviso prévio de 72h de que os ônibus não iriam circular, como exige a legislação. 

Foto: Reprodução TV Vitória
Integrantes da oposição à atual diretoria do Sindirodoviários promoveram paralisação de coletivos e fechamento do trânsito em Carapina, na Serra

"Faltaram essa comunicação bem como o planejamento para assegurar uma manutenção mínima de transportes para poder atender ao básico da população, que precisa se deslocar para trabalhar, estudar, acessar serviços de saúde, entre outras necessidades", complementa.

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>>> Protesto na Serra: com interdições, trajeto de 50 minutos dura mais de 3 horas

A corrida pela liderança do sindicato se dá pelo tamanho da organização: são 12 mil trabalhadores. Destes, mais de 5 mil são associados.

Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória

A Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb-ES), responsável pelo funcionamento do sistema Transcol informou por nota que a equipe jurídica analisa a legalidade da manifestação para, então, tomar as medidas cabíveis.

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O sindicato que representa as empresas de ônibus, o GVBus, disse que repudia qualquer manifestação que desrespeite o direito de ir e vir da população. 

Foto: Reprodução TV Vitória
Uma eleição para definir a nova diretoria está prevista para 22 de junho

Já o Sindirodoviários reforçou que não organizou o movimento e que não concorda com o acontecimento.

"O entrevistado hoje por vários meios de comunicação, identificado como Wagner Fernandes Vieira, organizador do movimento, na verdade é o candidato à presidência da chapa de oposição, que já está inscrita junto à comissão eleitoral que foi eleita em assembleia democrática em assembleia da categoria que foi realizada no último dia 4 de maio", informa a nota da organização.
Foto: Reprodução TV Vitória

Segundo o Sindirodoviários, o candidato da chapa de oposição, disse em entrevista que “entraram com várias ações judiciais e que a Justiça ainda não se posicionou”. 

"A Justiça indeferiu o pedido que foi feito por membros dos mesmos opositores, reconhecendo a legalidade de todos os atos praticados tanto pelo sindicato dos rodoviários, quanto pela comissão eleitoral, a quem cabe o papel de coordenar o processo eleitoral, sempre fiel ao estatuto social da entidade sindical", afirmou o Sindirodoviários.

O que diz a chapa de oposição

O representante da chapa de oposição, Wagner Fernandes afirmou à reportagem da TV Vitória que a manifestação ocorreu porque a categoria não suporta mais a gestão atual do sindicato.

"A atual gestão facilitou a retirada de mais de 4 mil postos de trabalho, tirou hora extra, dobra e, por último, o intervalo da categoria. Tem alguns cobradores, que ainda estão no sistema, que foram colocados para trabalhar 2h, eles não estão tendo dignidade no ônibus e acreditam que se a atual gestão ganhar, não vão ser cumpridos nem os acordos homologados. Então a categoria quer que a Justiça faça a eleição, porque o sindicato quer urna itinerante e isso tem risco de fraude", comentou.
Foto: Reprodução TV Vitória

Questionado sobre a paralisação do trânsito, Fernandes afirmou que sabe que está sendo feito um movimento que acaba atrapalhando a população. "Mas sabemos que se não for dessa forma, nada muda. São sete ações nos tribunais e a Justiça não intervém", pontuou. 

Com informações do repórter Lucas Pisa, da TV Vitória/RecordTV

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