Familiares e amigos de músico morto no ES protestam contra violência
Guilherme Rocha foi assassinado em abril deste ano, após discutir com um policial militar em um condomínio de Jardim Camburi, em Vitória
Familiares e amigos do músico Guilherme Rocha, morto no último dia 17, após uma discussão com um policial militar no condomínio onde morava, em Jardim Camburi, Vitória, fizeram uma manifestação pela paz na manhã deste sábado (06), quando o assassinato de Guilherme completa 20 dias.
O ato foi concentrado em frente à Igreja Matriz Sagrada Família, em Jardim Camburi, região em que o músico era bastante conhecido e querido pela população. Além de prestar homenagens a Guilherme, as pessoas que compareceram à manifestação pediam medidas mais efetivas no combate à violência no Estado.
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O médico legista Glício da Cruz Soares, pai de Guilherme, esteve presente na manifestação. Durante conversa com a reportagem da TV Vitória/Record TV, ele falou sobre o legado amor e amizade deixado pelo filho.
"Não queremos viver no passado, mas, sim, pensar no futuro, que haja paz, harmonia, compreensão e entendimento, mas que, acima de tudo, o amor. O amor é o símbolo maior do ser humano. O Guilherme era alegria, ele só pensar em viver bem. Ele era amigo, e só tem amigo quem ama", disse Glício, emocionado.
Quem também participou da manifestação na manhã deste sábado foi o secretário de Cultura de Vitória, Luciano Picoli Gagno. Ao discursar no ato, Gagno lembrou a maneira brutal com que o músico foi assassinado.
"O Guilherme foi morto em uma situação de total covardia, sem qualquer chance de reação. Essa manifestação que estamos fazendo aqui é também para pedir justiça pelo que aconteceu com o Guilherme", afirmou.
Policial que matou músico em Vitória está preso no Quartel da PM
O soldado da Polícia Militar Lucas Torrezani de Oliveira, autor do disparo que matou o músico após discussão em um condomínio, está preso no Quartel do Comando-Geral da PM, em Maruípe.
Na noite do último dia 17, o soldado foi até a delegacia, acompanhado do advogado, e presto novo depoimento. Ele estava com um mandado de prisão temporária expedido pelo Justiça, com prazo inicial de 30 dias, enquanto acontecem as investigações.
As imagens de videomonitoramento flagraram o momento Guilherme e o policial discutem na entrada do prédio, localizado em Jardim Camburi. Em seguida, o PM saca a arma e dispara contra Guilherme, então com 37 anos, que morre no local.
No momento do crime, o suspeito bebia com amigos na entrada principal do prédio, o que fez com que Guilherme descesse do apartamento para reclamar do barulho, pois já passava das 3h.
A síndica do condomínio contou que o tipo de reclamação contra o policial era comum. Guilherme, inclusive, já chegou a formalizar uma queixa sobre barulho durante a madrugada.
Em depoimento, o policial alegou legítima defesa, afirmando que Guilherme havia o agredido. A versão, no entanto, foi descartada pela síndica do condomínio, que informou que em momento algum Guilherme foi violento.