VÍDEO | Larvas são encontradas em marmitas de restaurante da Ufes

Estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) reencontraram larvas na comida oferecida pelo restaurante universitário. Nesta quinta-feira (05), um aluno de Direito gravou um vídeo relatando o problema no campus de Goiabeiras, em Vitória.

A estudante de Fonoaudiologia Kaillany Oliveira e a amiga foram surpreendidas no almoço desta sexta-feira (06). A jovem relatou ao Folha Vitória que, quando abriu a marmita, ficou com receio do que iria encontrar por conta de outro caso registrado na última quinta-feira.

"Comecei a comer, sempre olhando e abrindo a comida. O cardápio era arroz, feijão, macarrão, quiabo e quibe assado. Quando estava comendo o macarrão, olhei para a marmita e tinha uma larva em cima", disse.

A jovem contou que tem fobia de larva e ficou apavorada com a situação. Ela mostrou a marmita para a amiga e saiu da mesa para respirar. A amiga que a acompanhava gravou um vídeo mostrando a larva (assista acima) e avisou para as pessoas que estavam no restaurante universitário. 

Após se acalmar, Kaillany voltou e jogou a comida no lixo. Ela contou que ficou revoltada com a situação, mas como tinha outro compromisso, não chegou a procurar a administração do restaurante para reclamar. 

"Ter encontrado uma larva na comida é revoltante. Quando acontece uma vez pode ter sido um erro simples, mas aconteceu com muitas outras marmitas, tanto no campus de Maruípe, quanto no de Goiabeiras (ambos em Vitória). Hoje foi o segundo dia que encontramos larvas em marmitas porque ficamos atentos. Imagina as pessoas que estão comendo na correria, que nem percebem", destacou. 

Um grupo de estudantes criou um perfil nas redes sociais para denunciar as larvas encontradas. Os alunos também organizam uma manifestação para a próxima semana. 

"Essa situação é um descaso com a comunidade universitária. Para muitos, essa marmita é a única refeição completa do dia. Independente das pessoas que consomem, se pagam ou se possuem auxílio para pegar marmita gratuita, é uma falta de respeito, além da falta de higiene com a comida", completou Kaillany.

O que diz a Ufes? 

A Ufes explicou que, por conta da pandemia, os serviços de alimentação passaram a ser supridos pelo fornecimento de marmitas. A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Cidadania (Proaeci) destacou que está realizando todos os esforços para regularizar o fornecimento de refeições por meio de produção própria nos restaurantes universitários, o que ocorrerá tão logo a contratação das empresas fornecedoras de serviços terceirizados esteja concluída e as equipes aptas a iniciarem os trabalhos.

Após o caso registrado nesta quinta-feira (05), a Diretoria de Gestão de Restaurantes da Ufes informou que a marmita do estudante de direito foi trocada logo que o problema foi identificado. 

Ainda segundo a Diretoria, o fornecedor das marmitas foi notificado para que adote as medidas de prevenção necessárias.

Segundo a Diretoria, desde o semestre letivo 2021/2, os restaurantes universitários retomaram seu funcionamento fornecendo marmitas que podem ser consumidas nas instalações dos restaurantes ou retiradas para “viagem”. Essa foi uma medida temporária e o contrato com a empresa fornecedora já está em fase de finalização.

O órgão destacou que está realizando todos os esforços para regularizar o fornecimento de refeições por meio de produção própria nos RUs.

"Conforme comunicado divulgado esta semana no portal da Ufes, a previsão é que o início do fornecimento de refeições por meio de produção própria ocorra no dia 23 de maio nos RUs dos campi de Goiabeiras, Maruípe e São Mateus, com atendimento no sistema prato e bandeja (self-service). Os RUs do campus de Alegre e da unidade de Jerônimo Monteiro retomarão suas atividades com o fornecimento de refeições a partir da próxima segunda-feira (09)", disse em nota.

"A Proaeci orienta aos usuários que, caso encontrem qualquer irregularidade nas marmitas, comuniquem à equipe do restaurante, que providenciará a substituição imediata da refeição e adoção de outras medidas cabíveis", complementou.

O que diz a empresa responsável pelas marmitas? 

Em nota, a Nutrivip Alimentação disse que os casos relatados são fatalidades e pontuais. Segundo a prestadora de serviço, na quinta-feira (05) foram fornecidas 2.213 refeições com dois relatos da ocorrência e na sexta-feira (06) foram fornecidas 1.904 refeições com quatro relatos.

A empresa explicou que investigou a causa e afirma que as lagartas são provenientes dos vegetais berinjela (fornecido no dia 05) e quiabo (fornecido no dia 06). 

"São lagartas comuns em solanáceas e proliferam mais durante passagens climáticas. As lagartas não são nocivas à saúde, caso seja ingeridas, mas a orientação é o descarte de qualquer alimento com a incidência do inseto", disse.

A Nutrivip Alimentação frisou que quando soube do ocorrido, imediatamente, iniciou um plano de contingência para sanar a questão.

"Nosso primeiro passo foi a revisão do cardápio para os próximos dias, suprimindo hortifrutis que são mais propícios a esse tipo de ocorrência. Além disso, toda nossa equipe foi prontamente advertida e um treinamento de emergência realizado", complementou.

A empresa disse ainda que está a disposta a receber alunos ou representantes para que conheçam as instalações e todo o processo de produção. "Estamos certos que com diálogo podemos estabelecer uma relação de parceria e respeito".