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Crise política na Itália derruba euro, bolsas e ameaça economia da Europa

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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A decisão tomada pelo presidente da Itália, Sergio Mattarella, de rejeitar a formação de um governo populista lançou nesta terça-feira, 29, o país em uma crise de confiança que afetou os mercados financeiros da Europa. O euro caiu, as bolsas fecharam em baixa e os rendimentos dos títulos de dez anos da Itália deram um salto.

Dois dias após o veto imposto à nomeação do economista Paolo Savona, de perfil "eurocético", para o Ministério da Economia, a pressão dos partidos majoritários no Parlamento pela realização de novas eleições, somada às pesquisas que apontam o crescimento dos populistas, provocaram queda nas bolsas de valores do continente.

Os sinais de nervosismo apareceram em todos os indicadores. No mercado de câmbio, o euro caiu a US$ 1,16, pior cotação desde julho de 2017. As bolsas caíram. Em Londres, o índice FTSE fechou em baixa de 0,94%. Em Frankfurt, o DAX recuou 1,54% e, em Paris, o CAC 40 perdeu 1,71%. A maior queda foi a da Bolsa de Milão, que fechou em queda de 2,68%, o mais baixo nível desde agosto de 2017.

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O que parecia ser uma série de más notícias para a Itália e para a União Europeia, no entanto, foi interpretada em Bruxelas como uma "lição" dos mercados financeiros aos eleitores italianos. Em uma declaração que provocou revolta em Roma, o comissário europeu de orçamento, o conservador alemão Günther Oettinger, afirmou que "os mercados ensinarão os italianos a votar melhor".

Crise

"Estou inquieto e espero que, nas próximas semanas, os acontecimentos envolvendo a economia da Itália possam ser tão drásticos que produza um sinal aos eleitores para que não escolham populistas de esquerda ou de direita", afirmou Oettinger.

Longe de acalmar os ânimos, a declaração lançou ainda mais gasolina na fogueira italiana. Líder do Movimento 5 Estrelas (M5S), Luigi Di Maio, partido mais votado na eleição de março, atacou a União Europeia por desejar o pior para a Itália e por tentar manipular a democracia italiana. "Pessoas tratam a Itália como uma colônia de férias onde vêm passar o verão. Mas, em alguns meses, nascerá um governo de mudança que, enfim, nos fará ser respeitados na Europa", advertiu.

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Pelo Twitter, Matteo Salvini, líder da Liga, partido de extrema direita, parceiro de coalizão do M5S, foi ainda mais duro com a UE, a qual acusou de estar por trás da decisão de Mattarella de nomear o economista Carlo Cottarelli, ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), ao posto de primeiro-ministro.

"Em Bruxelas, eles não têm nem vergonha. Vejam se não é uma ameaça. Eu não tenho medo", disse, reiterando sua estratégia de campanha com base em ataques a Bruxelas.

Não bastasse a tensão política, a indefinição de uma data para o início do novo processo eleitoral causou fortes críticas nesta terça em Roma. Recém-nomeado, Cottarelli ainda precisa passar pelo voto de confiança do Parlamento - o que é quase impossível sem o apoio de M5S e Liga.

Novas eleições

Com isso, restará a Cottarelli apenas gerenciar os assuntos correntes e convocar eleições antecipadas. No entanto, para ganhar tempo, especula-se que o voto de confiança só será submetido ao Parlamento no dia 29 de julho, o que empurrará as eleições para setembro ou para o fim do ano. "Queremos a votação o mais rápido possível", reclamou Di Maio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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