Além do texto: recursos agregam valor à notícia
O projeto Conexão Folha Vitória visa parcerias com instituições de ensino e disponibiliza espaços para troca de experiências entre acadêmicos e profissionais da área jornalística. Nessa 1ª série de reportagens os alunos de comunicação da Faesa abordam temas que impactam o jornalismo atual.
Reportagem: João Vitor Gomes - aluno 5º período
O jornalismo mudou. Depois de séculos focado no conteúdo impresso, os meios de comunicação experimentam hoje uma forma diferente de produzir notícia. A revolução tecnológica e a recente chegada dos aparelhos móveis e da internet transformaram a rotina das redações e trouxeram um novo estilo de narrativa para os materiais produzidos pelos profissionais de mídia.
Hoje não basta para o leitor um único texto de várias páginas: as fotos, os vídeos, os áudios e as informações gráficas ganharam definitivamente espaço na produção cotidiana e na preferência do público. Para seguir a tendência, os profissionais estão tendo que se adaptar, adquirindo conhecimentos e desenvolvendo a habilidade de lidar com as diferentes formas de produzir conteúdo. Essa visão multifuncional tem se tornado então requisito crucial para a atuação nas redações.
O graduado em Jornalismo e repórter do Folha Vitória Iures Wagmaker experimenta na prática essa mudança desde a época de faculdade. Formado há cinco meses, o jornalista atua no portal desde que ainda estava no curso. Há dois anos no Folha, um ano e dois meses como estagiário, ele já teve a oportunidade de fazer algumas matérias no estilo ao longo desse percurso. “Sempre que possível a gente trabalha com as coberturas multimídia, dependendo das possibilidades que o assunto traz”, conta o jornalista.
Pautas especiais
O especial sobre o Seminário Nacional do Trânsito, publicado no ano passado, é um dos exemplos desse modelo de cobertura. Para o desenvolvimento do material, Iures participou da produção de textos, fotos, vídeos, áudios e publicações nas redes sociais. Mas ele conta que nem sempre é possível a criação desse tipo de conteúdo. “Como a gente trabalha muito com o factual, às vezes não dá tempo de preparar bem os conteúdos multimídia”, aponta o repórter.
Por conta disso, os editores e repórteres precisam selecionar bem o assunto a ser abordado e trabalhar com opções que agilizam a confecção da matéria. Uma das ferramentas úteis nesse processo é o smartphone. O repórter Breno Ribeiro, 22, que atua na equipe do Folha Vitória há dois anos, conta que todo o trabalho multimídia é desenvolvido pelos próprios repórteres com o auxílio do aparelho celular. “Registramos imagens com um aparelho que grava em alta qualidade e a edição nós mesmos fazemos no próprio celular”, destaca Breno.
O professor e coordenador dos cursos de Comunicação Social de um centro universitário da Grande Vitória Paulo Soldatelli ressalta a importância dessa formação multimídia desde a academia. Na instituição onde leciona, os alunos aprendem a lidar com as linguagens escrita, radiofônica e televisiva, e aproveitam todos esses conhecimentos em uma disciplina específica para o webjornalismo. “É importante que o aluno aprenda todas as potencialidades para explorar ao máximo isso no jornalismo na internet”, afirma o coordenador.
E com essa tendência cada vez mais se firmando entre o público e os profissionais, torna-se compromisso dos meios de comunicação proporcionar ao leitor o que ele procura e necessita, se adaptando a cada mudança. “A ideia da Rede Vitória é que todos os nossos produtos e meios de comunicação sejam cada dia mais ligados entre si”, declara Iures.