Psicóloga forense diz que Georgeval Alves não apresenta características dos crimes que é acusado
Ex-pastor é réu por tortura, abuso sexual de vulnerável e homicídio do filho e o enteado. Caso é julgado cinco anos após crime em Linhares
O primeiro dia de julgamento do ex-pastor Georgeval Alves, acusado de torturar, abusar sexualmente e matar o filho e o enteado, durou mais de 16 horas. Entre as testemunhas ouvidas está a psicóloga forense Elise Trindade, chamada pela defesa do réu.
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O depoimento da especialista começou por volta das 20h30 e durou duas horas. Segundo Elise, o comportamento apresentado por Georgeval não é compatível com os crimes pelos quais ele é acusado.
"Temos uma avaliação que foi feita através de diversos indicativos, e o conjunto das informações nos fazem acreditar que não, ele não tem características dos crimes aos quais está sendo imputado", respondeu a psicóloga forense ao ser questionada pelo advogado de defesa Pedro Ramos.
Georgeval disse a psicóloga que mentiu em depoimento
Segundo a psicóloga forense, Georgeval narrou durante as avaliações psicológicas que mentiu em um dos depoimentos ao dizer que tentou salvar os filhos por orientação de um amigo pastor.
O acusado, de acordo com Elise, não queria passar a imagem de covarde por não ter entrado no quarto em que estava o filho e o enteado.
"Ele se mostrou bem arrependido dessa declaração, principalmente por ter mentido para a esposa", disse a psicóloga forense.
Estuprador pode se arrepender e voltar a ter uma vida normal
Ao longo do depoimento, o conselho de sentença questionou a testemunha se é possível que uma pessoa cometa o crime de estupro, se arrependa e depois volte a uma vida de normal. A testemunha respondeu que "sim, é possível".
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Em seguida, o conselho de sentença também perguntou à especialista sobre as fotos apresentadas pela defesa e utilizadas pela psicóloga forense para traçar um perfil afetivo das crianças com Georgeval. O conselho perguntou quando as fotos em famílias teriam sido tiradas, mas a psicóloga não soube responder.
Depoimento gera discussão no Fórum de Linhares
O depoimento da testemunha gerou uma discussão no plenário do Fórum de Linhares, onde ocorre o julgamento.
A discussão entre a acusação e a defesa foi motivada após a informação de que a psicóloga forense não teve acesso total ao processo ou analisou o documento por completo, bem como não teve contato físico com Georgeval e os filhos.
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Durante a discussão, a defesa alegou que um depoimento citado pelo assistente de acusação, que narra uma possível reunião escolar com Juliana e Georgeval em que teriam sido informados de que as crianças estariam sofrendo algum tipo de abuso, foi tirada de contexto pela acusação.
O juiz responsável pelo caso interviu e disse que não cabe, neste momento, este tipo de discussão.
Julgamento continua nesta quarta-feira
O júri popular comandado pelo juiz Tiago Fávaro Camata, da 1ª Vara Criminal do município, continua nesta quarta-feira (19). A previsão é que a sessão deste segundo dia seja retomada às 10h.
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O réu é julgado por homicídio qualificado (motivo torpe; emprego de fogo; traição, emboscada ou dissimulação; assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime); estupro de vulnerável; e tortura.
*Com colaboração de Mayra Bandeira, da TV Vitória/Record TV.