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CASO KAUÃ E JOAQUIM

Julgamento de Georgeval é remarcado e juiz multa advogados em R$ 260 mil

Após advogados de defesa deixarem sessão, juiz marca júri para 18 de abril e recusa mudança de local; Georgeval é acusado de estuprar, torturar e matar filho e enteado

Isabella Arruda

Redação Folha Vitória
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Foto: TV Vitória
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O júri popular que teria início nesta segunda-feira (3), para condenação ou absolvição de Georgeval Alves, acusado de ter tirado as vidas do filho Joaquim Alves, de 3 anos, e do enteado Kauã Butkovsky, de 6, em 21 de abril de 2018, foi adiado para o próximo dia 18 de abril, às 9h, no mesmo Fórum Criminal de Linhares.

Além disso, foi mantida a prisão do acusado e negado o pedido de sigilo processual, além de ter sido arbitrada multa aos advogados. Sobre a tentativa de “desaforamento” do júri, ou seja, de retirada do município de Linhares, o juiz negou o pedido. Entenda:

A decisão do juiz veio após a suspensão do julgamento, que aconteceu por volta das 10h45, após a defesa do réu, composta por quatro advogados, ter deixado a sessão de Plenário.

A continuidade do júri deverá se dar com advogado dativo, já nomeado, na pessoa de Deo Moraes, ou com novo advogado contratado pelo réu em até cinco dias.

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Em razão do abandono, o magistrado Tiago Fávaro Camata estabeleceu a multa de 50 salários mínimos por advogado, com prazo de cinco dias para que seja paga. O valor totaliza R$ 260 mil.

Apesar da multa, os quatro juristas afirmaram que permanecerão no caso. A defesa já constituída e que abandonou o plenário, chegou a afirmar que não permaneceria se não tivesse certeza de que o réu é inocente.

Chegada para sessão foi marcada por atraso

Marcada para começar às 9 horas nesta segunda-feira (3), o início da sessão de julgamento contou com atraso de mais de 1 hora.

Pouco antes, Rainy e Marlúcia Butkovsky, pai e avó do menino Kauã, entraram no Salão onde deveria ter sido realizado o julgamento de Georgeval Alves. Eles ficaram sentados na fileira de cadeiras destinada aos familiares das vítimas, acompanhados de outros parentes.

Durante o período de atraso, os advogados de defesa conversaram com o réu em uma sala privada.

Início dos trâmites

Por volta das 10h15, o juiz deu início à chamada dos jurados que viriam a compor o Conselho de Sentença, em que sete jurados seriam escolhidos. Todos os jurados convocados estavam presentes. Durante o sorteio, cada parte — acusação e defesa — poderiam ter rejeitado até três pessoas.

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Após a reunião com o réu em sala privada, os advogados de defesa de Georgeval entraram no Salão do Júri. Pedro Ramos, responsável pela defesa, usava colete à prova de balas, sob orientação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES). Os seguranças contratados pela defesa de Georgeval também estiveram em plenário.

Advogado de Georgeval anuncia que deixaria a defesa

Por volta das 10h40, o advogado de Georgeval, Pedro Ramos, anunciou que deixaria a defesa do réu e alegou falta de segurança. Ele disse que a situação de ameaças se agravou nos últimos dias e afirmou, ainda, que a defesa deveria trabalhar sem mordaças e ter liberdade de exercer a função e que não poderia ser confundida com quem está sendo julgado.

Ramos sugeriu, ainda, que no corpo de júri havia pessoas com amizades pessoais com testemunhas e que, por isso, não teriam imparcialidade para avaliar o caso. "Vamos abandonar o plenário", declarou.

Tumulto

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Após o anúncio do jurista, familiares de Kauã se manifestaram no júri. Marlúcia, avó do menino, levantou e deixou o salão do júri dizendo: "repito, falso pastor". Outra familiar, que também acompanhava a Marlúcia, saiu dizendo: "sem palavras".

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A defesa pediu para que as manifestações da família constassem em ata e disse que foram coagidos. Os assistentes de acusação entraram no embate, alegando que em nenhum momento os advogados foram ameaçados diretamente.

Com a manifestação do advogado de defesa, o julgamento foi suspenso, até o momento em que foi remarcado para o próximo dia 18 de abril. Para isso, houve também reunião dos atores do Ministério Público e dos assistentes de acusação.

Georgeval é submetido a júri por crime cometido em 2018

O júri popular que teria início nesta segunda-feira (3), no Fórum Desembargador Mendes Wanderley, em Linhares, sob a presidência do juiz da 1ª Vara Criminal, Tiago Fávaro Camata, foi ocasionado por suspeitas de que Georgeval Alves, ex-pastor, teria estuprado, torturado e matado o próprio filho e o enteado.

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Georgeval vai a júri popular quase cinco anos após o crime em que é acusado de ter estuprado e matado o próprio filho e o enteado. Tudo teria acontecido no dia 21 de abril de 2018, por volta das 2h, na casa onde moravam o réu e as vítimas, no centro de Linhares.

Contra ele pesam os crimes de duplo homicídio qualificado, estupros de vulneráveis e tortura. O caso causou muita comoção no Espírito Santo, tornando o julgamento do ex-pastor um dos mais esperados dos últimos tempos.

Diante da complexidade do caso, cujos indícios apontam para a presença de requintes de crueldade, é possível que o julgamento se estenda por dias, na avaliação de especialistas.

Mãe de crianças mortas não será julgada

A pergunta que ainda perturba muita gente comovida com os crimes que levaram as vidas de Joaquim Alves, de 3 anos, e Kauã Butkovsky, de 6, em 21 de abril de 2018, é se, de fato, a mãe dos meninos, Juliana Pereira Sales Alves, não teve participação no caso, ou se, pelo menos, não sabia do que estava acontecendo e se omitiu.

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Acontece que, em decisão da Justiça capixaba, a denúncia do Ministério Público do Espírito Santo foi rejeitada no tocante à mãe das crianças. O caso seguiu com a “sentença de pronúncia” do ex-pastor Georgeval Alves Gonçalves, o que significa dizer que ele será submetido ao julgamento pelo Tribunal do Júri.

Os crimes teriam acontecido na casa onde moravam o réu, a esposa, o filho e o enteado do denunciado, no centro de Linhares.

Juliana chegou a ser presa duas vezes durante as investigações, sendo que a primeira delas aconteceu cerca de um mês após os possíveis crimes.

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