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Covid-19: mãe e filha morrem após esperarem dias por vaga na UTI em Vitória

Arlete Rangel, de 87 anos, e a filha Dilzete Machado, de 64, foram internadas no dia 2 de abril. Dilzete conseguiu a vaga no dia 8; Arlete só foi transferida para um leito na última segunda-feira

Nadine Silva Alves

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação
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Após esperarem dias por um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para a covid-19, em Vitória, mãe e filha não resistiram e morreram em decorrência de complicações da doença, em um intervalo de apenas cinco dias. 

Arlete Rangel, de 87 anos, foi levada ao Pronto Atendimento de São Pedro, em Vitória, no dia 2 de abril. No mesmo dia, a filha dela, Dilzete Machado, de 64 anos, passou mal e também precisou ser levada para o Pronto Atendimento.

Ambas foram internadas por complicações da covid-19 e, de acordo com a neta e sobrinha, Franciely Machado, desde o terceiro dia o médico afirmou que elas precisavam ser transferidas para a UTI. 

"Todos os dias a gente ia pegar o boletim, mas nunca apareciam as vagas. A gente não entende, falavam que eram urgentes, mas não aconteceu", desabafou.

Foto: Acervo pessoal
Mãe e filha foram internadas no mesmo dia 

A filha, Dilzete, conseguiu um leito de UTI no sétimo dia após dar entrada no PA e precisou ser intubada ainda dentro da ambulância do Samu. Entretanto, veio a óbito no dia seguinte, na última quinta-feira (8). 

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Já Arlete Rangel, segundo a neta,  continuou aguardando vaga durante 11 dias, já que reagia aos medicamentos. Ela conseguiu ser internada na segunda-feira (12), mas também não resistiu e morreu nesta terça (13). 

"Eu fui na rede social pedir ajuda para conseguir vaga, mas não adiantou. O médico disse que ela já chegou no hospital em estado grave e não tinha muito o que fazer", relatou. 

O outro lado

Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) disse que lamenta profundamente as mortes, mas afirma que, em nenhum momento, as pacientes ficaram desassistidas.

Segundo a Sesa, no caso de Dilzete, na primeira solicitação de leito feita pelo Pronto Atendimento, em 2 de abril, o quadro clínico descrito no Sistema de Regulação não apresentava critérios para internação em Unidade de Terapia Intensiva. Após piora clínica, o Samu fez a transferência da paciente, em 7 de abril, de acordo com a disponibilidade de leito.

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A Sesa ressaltou que, na unidade hospitalar, a paciente recebeu toda a assistência necessária, mas infelizmente foi a óbito em 8 de abril.

Já no caso de Arlete, a secretaria informou que a paciente foi transferida, na última segunda-feira (12), para um leito de UTI do Hospital Santa Mônica, em Vila Velha, de acordo com o seu quadro clínico e disponibilidade de vaga, e na unidade hospitalar a paciente também recebeu toda a assistência que necessitava.

A Sesa frisou também que não está sendo utilizado o critério de idade como norteador de leito, mas sim a gravidade clínica dos pacientes que estão sem recurso de assistência. Segundo a secretaria, todos os pacientes são transferidos de acordo com a prioridade clínica relatada pelo serviço de saúde.

A Secretaria da Saúde também encaminhou um vídeo gravado pelo secretário Nésio Fernandes, explicando como funciona a regulação de leitos para acesso do paciente no Espírito Santo.

Confira:


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