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Novatos reeditam polarização na Câmara de SP

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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São Paulo - Onze de abril, 16h39, Sâmia Bomfim fez uma transmissão ao vivo, avisa o Facebook. "Quero saber se o senhor tem orgulho de, em quatro meses de mandato, ter dois pedidos de cassação por quebra de decoro por não saber se comportar como vereador?", indaga a vereadora do PSOL ao colega Fernando Holiday (DEM), em vídeo gravado no plenário da Câmara Municipal de São Paulo e visto 98 mil vezes.

Às 18h01, naquela mesma terça-feira, Holiday publica sua réplica, também na rede social. "A vereadora do PSOL, se olhasse para o próprio partido, teria vergonha na cara em vez de ficar apontando o seu dedo sujo para este ou aquele parlamentar dentro dessa Casa", diz ele no vídeo feito minutos antes durante a sessão plenária. Já foram 198 mil visualizações na internet.

Não é preciso acompanhar as sessões da Câmara para saber, em tempo real, que os novatos Holiday, de 20 anos, e Sâmia, de 27, protagonizam no Legislativo paulistano a polarização entre direita e esquerda que divide o País. Em menos de quatro meses da nova legislatura, os dois lados colecionam rixas que resultaram em seis pedidos de cassação de mandato - mais do que a soma das últimas três legislaturas. Dois foram arquivados e quatro estão sob análise.

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Na briga mais recente, iniciada há duas semanas, Sâmia acusou Holiday de divulgar ilegalmente seu telefone em grupos de WhatsApp em uma mensagem que pedia aos seguidores para "convencê-la" a combater o que a direita classifica como "doutrinação das escolas" por professores de esquerda. A mensagem tinha o logo do Movimento Brasil Livre (MBL), do qual Holiday é coordenador. Ela registrou queixa na polícia por ameaça e pediu a cassação de Holiday na Câmara. Ele nega envolvimento e diz que o fato pode ter sido criado pelo PSOL.

Fla x Flu. Apesar do antagonismo ideológico, ambos rejeitam o que chamam de "velha política" e utilizam estratégias semelhantes de atuação para angariar apoio e marcar posição em seus redutos eleitorais, as redes sociais. "Toda ação aqui dentro é uma postagem", resume Sâmia, que viu o número de seguidores no Facebook dobrar após a polêmica com Holiday. Nenhum "ataque" da direita fica sem resposta da esquerda, e vice-versa. "Essa rapidez das redes sociais acaba favorecendo esse ambiente (de conflito)", afirma Holiday, cujo número de fãs subiu 160% depois da eleição.

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A prática, contudo, já começa a incomodar alguns vereadores mais rodados. É o caso do corregedor Souza Santos (PRB) - três mandatos -, a quem cabe apurar as denúncias de quebra de decoro. "O Parlamento é o lugar para se discutir a cidade e não para picuinhas. Parece briga de criança, molecagem. Não caiu a ficha ainda de que são vereadores", criticou.

Para a cientista política Maria do Socorro Braga, o uso das redes sociais como ferramenta política é positivo, mas não pode ser exclusivo. "Sem dúvida aumenta a participação dos jovens na política, mas são quatro anos de mandato. Eles precisam apresentar projetos para não cair em descrédito."

Sâmia e Holiday sabem disso e já lançaram algumas propostas. Ela aprovou a CPI da Violência contra a Mulher e ele apresentou projetos de regularização fundiária e para desburocratizar o serviço público. Mas a polêmica vai continuar: Holiday quer a escola sem partido e Sâmia, a escola sem censura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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