/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_TOPO |
Geral

Explode no Estado de SP número de PMs mortos

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
audima
pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_02

São Paulo - Com média de um assassinato a cada quatro dias, as mortes de policiais militares de São Paulo estão em escalada desde o início de 2016. As ocorrências subiram em todos os meses e já somam 27 homicídios de PMs no Estado - o maior índice em sete anos. Entre os casos, há reações a assalto, execuções e confrontos. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirma que adota medidas para reduzir crimes contra policiais e que empenha equipes especializadas em investigações.

Embora abril não tenha acabado, o número de PMs mortos em São Paulo neste ano já é maior do que nos quatro primeiros meses de 2015. Também houve alta na comparação mês a mês. É o que mostra levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo com base em estatísticas registradas no Diário Oficial do Estado e informações da PM referentes a março e abril de 2016, ainda não publicadas.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_03

Até o dia 12 de abril, foram mortos cinco PMs em serviço e outros 22 que não estavam em atividade na hora do crime. A soma é 68,75% maior do que os registros dos quatro primeiros meses de 2015, quando 16 PMs foram assassinados - seis em serviço, de acordo com o Diário Oficial.

Houve aumento em janeiro (de 50%), fevereiro (de 200%), março (de 75%) e até mesmo em abril, considerando dados parciais, já que o mês não acabou: foram oito ocorrências, ante seis no mês inteiro de 2015. O índice é o maior desde 2009, quando 34 policiais foram vítimas de homicídio.

Para o coronel reformado da PM José Vicente Filho, especialista em Segurança Pública, a quantidade de casos é "aterradora". "Em Nova York (EUA), por exemplo, morre um policial por ano." Na maioria das ocorrências, o policial estava fora de serviço, situação em que, segundo especialistas, o agente está mais exposto a riscos.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_04

Segundo Vicente Filho, é preciso analisar caso a caso para explicar o aumento do índice. O especialista destaca que, recentemente, muitos PMs foram vítimas de assaltos, execuções, vinganças ou acabaram mortos por descuidos com segurança pessoal. "A 'surpresa' é a principal característica desse crime", afirma o especialista.

Na zona sul da capital, o soldado Gilberto Jorge Cardoso, de 35 anos, foi assassinado por um assaltante na frente da mulher e da filha de 4 anos, em 8 de abril. O criminoso usou a arma do próprio policial, guardada sob o banco do carro. No dia seguinte, o cabo Miguel Lopes Filho, de 46 anos, foi executado em uma lanchonete de Guarulhos, na Grande São Paulo.

Historicamente, a morte de policiais fora de serviço está relacionada à realização de "bicos" para complementar a renda. "Sabe-se muito pouco sobre o que acontece na folga. O aumento pode significar que mais policiais estejam procurando 'bicos', em que, obviamente, as condições de trabalho são muito piores", diz o cientista político Leandro Piquet, professor da Universidade de São Paulo (USP). "Pode ser um efeito mecânico da crise, de precisarem buscar mais dinheiro."

Em serviço

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_05

Já os PMs que estavam em serviço foram mortos em confronto. A ocorrência mais recente é a do soldado Paulo Henrique Bazílio, de 34 anos, baleado na cabeça no dia 10, durante perseguição a dois criminosos em Rosana, no interior. Seis dias antes, os soldados Leonel Almeida de Carvalho, de 29 anos, e Alex de Souza da Silva, de 28, foram mortos por disparos de fuzil após uma quadrilha atacar uma transportadora de valores em Santos, no litoral.

A Secretaria de Segurança Pública afirma que adotou ações para reduzir a morte de policiais. Entre elas, cita a Resolução SSP 40/15, que determina o comparecimento das Corregedorias e dos comandantes da região no local onde um policial foi assassinado. Segundo a pasta, a medida "garante maior eficácia nessas investigações".

"Como resultado, houve queda de 33,4% nos casos de PMs mortos em serviço. De abril de 2015 a fevereiro de 2016, foram registradas 10 ocorrências, ante 15 no período de abril de 2014 a fevereiro de 2015", diz, em nota.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_06

O recorte não considera o número de policiais assassinados fora de serviço nem as estatísticas de março e abril deste ano, ainda não publicadas no Diário Oficial. A secretaria também destaca que há uma "equipe especial" dedicada a investigações de mortes de PM.

No caso da transportadora, a SSP ofereceu recompensa de R$ 50 mil para quem fornecer informações que levem à identificação dos autores do crime.

/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |
/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade.