VÍDEO | Aos 93 anos, dona Guiomar esbanja vitalidade com movimentos de balé e ginástica rítmica
A aposentada, moradora de Vila Velha, não fica parada e faz exercícios físicos duas vezes por semana. "Eu quero passear mais", avisou
Não existe idade para comemorar o Dia Internacional da Mulher. Uma prova disso é a dona Guiomar de Aguiar Duarte, que aos 93 anos esbanja vitalidade e não quer parar de se movimentar.
A vida dela é dedicada ao trabalho e à família, com quatro filhos, 13 netos e 8 bisnetos. Além disso, um casamento de quase 60 anos. Formada em Contabilidade, dona Guiomar se aposentou após 35 anos como funcionária dos Correios. Foi então que começou a cuidar do bem mais precioso: a própria vida.
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É dentro de um apartamento na região de Coqueiral de Itaparica, em Vila Velha, que a aposentada faz exercícios físicos duas vezes na semana, explorando movimentos do balé e da ginástica. O motivo? Voltar a ser independente.
"Eu quero passear mais. Eu viajava muito, quero voltar a viajar, andar, ter uma vida social, ir à igreja, ver minhas amigas e fazer minha caminhada de sempre", contou.
Veja vídeo da dona Guiomar:
São desejos simples, como subir escada, que passaram a ser um desafio. Dores, medo de cair e até falta de ar atrapalham a realizar atividades rotineiras.
Os sintomas da idade percorrem o corpo, mas não a mente de Guiomar, que segue firme e forte na vontade de explorar ainda mais a vida.
"Quando comecei a fazer os exercícios, melhorei bastante. Estou mais disposta e as dores melhoraram. Eu tive uma queda há pouco tempo, foi uma pancada no fêmur, estou com um pouco de dor, mas as atividades me ajudam a melhorar", disse.
Durante a semana, Guiomar tem encontros marcados com a professora de ballet e educação física Liliane Brumiller, que tinha como manicure a filha de sua futura aluna. Foi por ela que as duas se conheceram.
Depois que se encontraram pela primeira vez, nunca mais pararam. Entre os exercícios e as conversas, se tornaram amigas.
"A filha dela era minha manicure e sempre comentava da mãe, que sentia dores e tudo mais. Eu, que já trabalho com idosos, pedi para conhecê-la. Foi amor à primeira vista. Nos demos super bem. A dona Guiomar é sensacional, ela tinha que dar aula de vida", contou Liliane.
Apesar dos encontros serem apenas duas vezes na semana, a mudança na vida da Guiomar acontece todos os dias. Nas aulas, a professora trabalha a inteligência corporal, ensinando a forma certa de postura.
Os exercícios são voltados para mobilidade articular e alongamento, com alguns movimentos do balé, da ginástica rítmica e uso de objetos como elásticos e bolas.
"Eu trabalho muito com a articulação dos pés e das mãos. Nesta idade, por ter problemas nas articulações, são movimentos que ficam sem utilizar com o tempo. Naturalmente, a tendência é que os idosos realizem cada vez menos esses movimentos, até a própria família evita deixá-los ocupados. Por isso, dou muito foco no quadril, no joelho e nos ombros também", explicou.
Com leveza e dedicação, Guiomar é um exemplo de que cuidar do corpo não tem idade mínima nem máxima. Como mulher, depois de uma vida que deixou várias marcas no corpo, de mãe, dona de casa e trabalhadora, hoje o que ela mais quer é recuperar sua independência, limitada aos poucos pelo tempo.
"É horrível depender dos outros, eu não quero. Estou otimista, tenho fé em Deus que voltarei a ser quem eu era. Eu sempre fui expansiva, gosto de conversar e ter vários amigos. A atividade física me ajuda muito a recuperar quem eu sou", contou.
E entre uma aula e outra, dona Guiomar se prepara para viver mais um Dia Internacional das Mulheres esbanjando vitalidade e com um futuro ainda mais próspero.