Saiba quais marcas de café foram alvo de fiscalização por irregularidades no ES
Dentre os problemas encontrados estão mistura de casca e pau com o café moído, além de lotes e datas de validade ilegíveis
Três marcas de café comercializadas no Espírito Santo apresentaram irregularidades e foram recolhidas dos supermercados, nesta quinta-feira (10), durante uma ação da polícia. Ao todo, mais de 33 mil unidades foram retiradas das prateleiras em Vila Velha, Cariacica e Guarapari.
A operação da Delegacia de Defesa do Consumidor, junto com a comissão de agricultura da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), fiscalizou 13 estabelecimentos dos três municípios da Região Metropolitana.
Segundo a presidente da comissão da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, Janete de Sá, foram apreendidos embalagens das marcas Cachoeirinha, Pedigo e Café Pele. Dentre os problemas encontrados estão mistura de casca e pau com o café moído, além de lotes e datas de validade ilegíveis.
De acordo com a parlamentar, no café Cachoeirinha a mistura ilegal chegou a 20%. Já no Pedigo foram quase 9%.
Também foram coletadas unidades de café da marca Pele, de São Paulo. Segundo o delegado Eduardo Passamani, sete lotes apresentaram excesso de umidade, em desacordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
"Quando o café tem uma umidade muito superior, ele descumpre o regramento da Anvisa e pode estar acarretando prejuízo ao consumidor. Essa foi uma das irregularidades que foram encontradas", disse o delegado.
A deputada estadual e presidente da comissão na Ales, Janete de Sá, informou que as denúncias chegaram por meio de produtores de café.
"São denúncias de produtores de café por não entender como aquele café está sendo comercializado com um preço muito abaixo do mercado. Temos cafés que estão sendo vendidos nas prateleiras, um desses que foi apreendido, por volta de R$ 2,99. A saca de café está a mais de R$ 800", disse.
Segundo o delegado, o consumidor é lesado ao comprar um produto que vai render menos. Quem adquiriu os produtos pode exigir a troca no supermercado.
"O consumidor pode trocar por um equivalente, por um lote bom, ou exigir a reparação pela troca em outro produto, ou até mesmo a devolução do dinheiro", detalhou.
Os fabricantes receberão um ofício da Delegacia do Consumidor para se manifestarem. A polícia quer saber se as marcas agiram de má fé ou se foi algum erro na fabricação. Dependendo da conclusão, elas poderão responder criminalmente.
Por meio de nota, o Sindicato das Indústrias do Café do Espírito Santo demonstrou apoio a atuação da Polícia Civil e da Assembleia Legislativa. A Associação Capixaba de Supermercados recomendou que os associados e consumidores verifiquem a qualidade da indústria e da empresa fornecedora do produto. A Associação Brasileira das Indústrias de Café ainda não se manifestou.
Não conseguimos contato com as empresas mencionadas na reportagem.
*Com informações da repórter Luana Damasceno, da TV Vitória/Record TV.