Adolescente esfaqueada em Santa Maria de Jetibá ainda não sabe da morte da irmã
Segundo o irmão das duas vítimas, que visitou a menina no hospital nesta terça-feira, a orientação é da equipe médica. Adolescente está lúcida e se recupera bem
A adolescente de 14 anos esfaqueada em Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do Espírito Santo, no último domingo (20), ainda não sabe da morte da irmã, Angélica Oto Hammer, de 23 anos. A jovem também foi ferida, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo dela foi sepultado na manhã desta terça-feira (22).
Além das duas irmãs, a mãe delas, Evanilda Oto, de 45 anos, foi esfaqueada. O suspeito de cometer o crime é o marido de Evanilda e padrasto das duas jovens, Valdeni Plaster, de 47 anos, que foi preso na tarde de segunda-feira (21).
O irmão das jovens, o lavrador Gilson Oto Hammer, esteve no hospital onde a adolescente e a mãe seguem internadas, em Vitória, na tarde desta terça-feira. Segundo Gilson, a irmã mais nova se recupera bem, está lúcida e encontra-se na enfermaria do hospital.
No entanto, ele disse que foi orientado pela equipe médica que cuida da menina para que ela ainda não seja informada sobre a morte da irmã mais velha, justamente para evitar que ela tenha uma piora no quadro.
A adolescente morava junto com Angélica em uma casa localizada logo acima da residência da mãe e do padrasto, onde aconteceu o crime. De acordo com o lavrador, a irmã pergunta por Angélica o tempo todo.
"Infelizmente ela não sabe do ocorrido ainda. Antes de chegar lá, só dei um oi para ela e a mulher que conversou comigo falou para, em hipótese alguma, eu falar alguma coisa com ela. Assim que eu cheguei lá, a primeira coisa que ela perguntou foi sobre a Angélica", contou Gilson, que disse que tentou desconversar.
"Estamos tentando engabelar ela um pouco. Falei da cadela dela, que ela ama demais. Falei que meu padrasto está preso, que eles caçaram ele que nem um animal, que ele merece. E que está todo mundo preocupado com ela, meus tios, meu pai".
Se por um lado a família está enlutada pelo falecimento de Angélica, por outro está esperançosa com a boa recuperação da adolescente.
"Infelizmente fiz o velório da minha irmã hoje (terça-feira), choramos bastante. Mas pelo menos veio uma notícia boa. Ontem (segunda-feira) à tarde eu fui ao DML e, assim que eu voltei para Santa Maria, veio a notícia de que minha mãe e minha irmã tinham falecido. Mas aí, graças a Deus, tem um anjo aqui dentro desse hospital que me deu a informação de que elas estão bem", afirmou.
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Já sobre a mãe, Gilson disse que não tem informações sobre o estado de saúde dela. À equipe da TV Vitória/Record TV funcionários disseram que Evanilda segue internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, onde está sedada e intubada.
Ainda segundo funcionários, a vítima precisou passar por uma nova cirurgia nesta terça-feira. No entanto, seu quadro está melhor em relação ao apresentado na segunda-feira.
* Com informações da repórter Gabriela Valdetaro, da TV Vitória/Record TV
Crime ocorreu durante uma discussão
O crime aconteceu no último domingo, na casa onde Evanilda morava com Valdeni. Segundo a polícia, os dois teriam discutido e, no meio da confusão, a mulher acabou ferida com um facão.
A vítima, então, começou a gritar por socorro. As filhas, que moram próximo à casa da mãe, ouviram os gritos e correram para ajudá-la. No entanto, as duas também foram feridas. Angélica não resistiu e morreu no local.
A adolescente ainda estava lúcida quando os policiais chegaram. Ela contou aos militares, com muita dificuldade, que ela e a irmã foram tentar defender a mãe das agressões do padrasto.
Vizinhos disseram que uma terceira irmã, uma menina de apenas 8 anos, presenciou o crime, mas não ficou ferida. A criança está aos cuidados dos familiares.
De acordo com a família, após o crime, Valdeni abandonou a caminhonete dele na casa da família e fugiu com a moto de Angélica. A polícia ainda não localizou o veículo e a arma usada no crime.
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Vítimas já haviam sido ameaçadas pelo padrasto
Segundo a família das vítimas, o relacionamento de Evanilda com o suspeito já durava 10 anos. Durante este período, o casal teve várias discussões.
Uma familiar contou para a TV Vitória que várias pessoas deram conselhos para ela se separar, mas a mulher acabava reatando o relacionamento.
Ainda de acordo com a família, as filhas da mulher não se davam bem com Valdeni. Para evitar atritos na família, elas moravam em uma casa perto da residência da mãe. Os familiares contaram que elas já haviam sido ameaçadas pelo suspeito.
Valdeni foi preso no final da tarde de segunda-feira, em uma propriedade na localidade de Serra do Gelo, na zona rural de Santa Maria de Jetibá.
De acordo com o major Cabral, comandante da 8° Companhia Independente de Santa Teresa, o homem disse que não se lembrava bem o que tinha acontecido, alegando confusão mental. Mesmo assim, ele confessou o crime.
O suspeito também disse aos policiais que chegou a desmaiar três vezes enquanto tentava fugir no meio da mata. Segundo os militares, o homem não demonstrava arrependimento por ter cometido o crime.
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