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Entidades da sociedade civil lançam manifesto pelo combate à pandemia no Brasil

Estratégia de combate à crise sanitária do presidente Jair Bolsonaro tem sido criticada no Brasil e no exterior

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação
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Entidades de diferentes áreas se manifestaram, nesta segunda-feira (15), para se posicionar contra o avanço da pandemia de covid-19 e defender estratégias que levem ao controle da disseminação do vírus no Brasil. 

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e instituições como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) entregaram um documento de apoio às medidas de isolamento sociais e aceleração da vacinação ao coordenador do Fórum Nacional dos Governadores, Wellington Dias (PT), titular do Piauí.

Com o título "O povo não pode pagar com a própria vida", o documento, também assinado pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns (Comissão Arns) e Academia Brasileira de Ciências (ABC), cobra medidas do Ministério da Saúde, critica discursos negacionistas e pede que os jovens evitem aglomerações. 

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A estratégia de combate à crise sanitária do presidente Jair Bolsonaro - que criticou políticas de isolamento social e defendeu remédios cuja ineficácia foi cientificamente comprovada - tem sido alvo de críticas no Brasil e no exterior. 

"É hora de estancar a escalada da morte! A população brasileira necessita de vacina agora. O vírus não será dissipado com obscurantismos, discursos raivosos ou frases ofensivas. Basta de insensatez e irresponsabilidade. Além de vacina já e para todos, o Brasil precisa urgentemente que o Ministério da Saúde cumpra o seu papel, sendo indutor eficaz das políticas de saúde em nível nacional, garantindo acesso rápido aos medicamentos e testes validados pela ciência, a rastreabilidade permanente do vírus e um mínimo de serenidade ao povo", diz o manifesto. 

No evento online, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB, lamentou as mais de 270 mil mortes no País e atribuiu a situação à "falta de coordenação e atitude lúcida de mandatários maiores da sociedade brasileira".

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Presidente da OAB, Felipe Santa Cruz falou do clima de exaustão coletiva que a população enfrenta e repudiou as manifestações contra as medidas de isolamento social. "Nós, entidades, governadores e prefeitos, estamos há um ano exaustos. Está é uma carta pela vida, pela paz, pela solidariedade, porque o povo brasileiro está exausto, está empobrecido, vive uma realidade cada vez mais aviltante. E tivemos ontem (domingo) pessoas nas ruas contra isolamento achando que, apenas odiar a doença é suficiente para superá-la."

Combate à covid e à insensatez

Luiz Davidovich, presidente da ABC, defendeu a valorização das evidências científicas e a união do País para vencer o novo coronavírus. "Nosso manifesto é humanitário, pela vida, pela razão e pela lucidez. A ciência está do lado da população brasileira e acompanha a situação daqueles que estão em maior vulnerabilidade. Este é o momento de pensar em um novo País, regido pela solidariedade e lucidez. Temos de unir o Brasil nesse combate à covid e à insensatez."

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Após receber o documento, Wellington Dias falou sobre a gravidade da pandemia no Brasil e cobrou coordenação nacional para o combate à doença no País.

"Estamos em meio a um colapso nacional na rede de saúde pública e privada do Brasil inteiro. O isolamento social, a ciência nos mostra que é o caminho, mas precisamos de mais vacinas e ter a coordenação central com apoio às medidas sociais para ter êxito nas medidas restritivas."

Dias também defendeu que embates políticos sejam abandonados e que o foco seja salvar a população. "Precisamos que cada igreja, cada advogado, os movimentos sociais e todos os líderes possam oferecer apoio para que os protocolos sejam seguidos e colocar as disputas políticas para 2022, para o momento das eleições. Temos de colocar a vida em primeiro lugar."

Também nesta segunda, a Associação Médica Brasileira (AMB) e mais de 50 sociedades de especialidades, entre elas Infectologia, Cardiologia e Pediatria, divulgaram a "Carta dos Médicos do Brasil à Nação", que convoca a população a colaborar para frear as infecções pelo vírus e cobra não só vacinas, mas prazos concretos para vacinação da população.

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"Precisamos de certezas. Não podemos viver de estimativas que não encontrem respaldo na realidade. Precisamos saber exatamente quantas doses de vacinas teremos e quando efetivamente elas serão disponibilizadas para a população. Um vai e vem de informações desencontradas, uma dança de números de eventuais lotes de vacinas que deverão chegar e depois não chegam só leva ao descrédito das autoridades de saúde e a desalento na população", diz o documento.

A AMB anunciou a criação do Comitê Extraordinário de Monitoramento Covid-19 (CEM COVID_AMB), formada pela AMB e suas 27 federadas estaduais, além de 54 sociedades de especialidades do País. O grupo vai monitorar a pandemia e divulgar informações sobre cuidados e prevenção para a população e profissionais da Medicina.

Outro manifesto divulgado nesta segunda foi a carta aberta assinada por mais de 250 organizações que atuam em defesa do ambiente, como Greenpeace Brasil, Observatório do Clima, WWF Brasil e Instituto Socioambiental, que solicita ao Congresso Nacional que concentre esforços no enfrentamento à pandemia, em vez de avançar em projetos de lei que terão impacto ambiental. O documento foi protocolado e será entregue aos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (Progressistas-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

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"O Brasil está no pico da crise da pandemia da covid-19. Na fase atual, a doença ganhou poder de transmissibilidade e tem atacado pessoas mais jovens. A capacidade de atendimento do sistema de saúde está esgotada. O governo federal, por sua vez, segue desorientado no enfrentamento da pandemia. Nessa situação extrema, o Legislativo necessita centrar esforços na discussão das matérias diretamente afetas à solução da grave crise sanitária. Fez isso durante o ano de 2020, mas agora parece desviar atenção para temas diversos, parte deles capazes de produzir graves retrocessos para os direitos socioambientais."

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