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Maioria dos adolescentes envolvidos em crimes são de regiões de vulnerabilidade social, dizem especialistas

Especialistas apontam crescimento no número de crimes envolvendo adolescentes nos últimos anos

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução TV Vitória
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Nos últimos dias, casos de crimes envolvendo adolescentes repercutiram na Grande Vitória. Na última segunda-feira (09), um adolescente participou de um assalto a um agente da Guarda Municipal da Serra e acabou baleado. Outro adolescente, de 14 anos, foi detido por suspeita de tráfico de drogas e por trocar tiros com a polícia em Viana.

De acordo com o advogado criminalista e mestre em sociologia, Élcio Cardozo Miguel, os dados mais recentes divulgados pelos estados brasileiros apontam crescimento nas infrações praticadas pelos adolescentes. Apesar do aumento dos casos, a relação de adolescentes com crimes mais graves é considerada baixa.

"A estatística oficial determina que 1,6% dos homicídios praticados no Brasil, são cometidos por adolescentes. Da totalidade de atos infracionais cometidos por eles, só 12 são hediondos. Praticamente 80% são furtos, roubos ou tráfico de drogas, que tirando os roubos, são crimes não violentos", explicou.

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O sociólogo Carlos Lopes disse que as motivações que levam adolescentes a cometerem atos infracionais são variadas. "Geralmente há um conjunto de fatores que acabam contribuindo para uma adesão desses adolescentes. Adesão essa que já começa desde a infância e vai se consolidando à medida em que eles vão crescendo e ganhando uma capacidade maior de decisão".

Segundo o especialista, questões de convívio social e estrutura familiar influenciam diretamente, visto que grande parte dos adolescentes em conflito com a lei são originais de regiões com vulnerabilidade social.

"Boa parte desses adolescentes residem e convivem em regiões de vulnerabilidade social. Essas regiões tem situações onde esses jovens não têm acesso à educação de qualidade, não têm acesso a modalidades de esportes, de cultura, de lazer, geralmente convivem em ambientes em que a prática da violência já é muito banalizada. Então esses jovens são expostos a algum tipo de violência, que contribui para construir um ambiente onde a prática da criminalidade se torna quase automática", disse o sociólogo.

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Para o advogado criminalista, pode-se considerar que os adolescentes são, ao mesmo tempo, vítimas da situação em que vivem, mas também possuem consciência do que fazem. "Esses ambientes em que eles nascem, crescem e convivem, o Estado costuma só chegar por meio da força policial. A saúde não chega, a educação não chega, os projetos sociais costumam chegar muito pouco [...] mas de fato, eles têm consciência sim do que fazem. A partir dos 14 anos você tem uma consciência de que furtar, traficar, matar alguém é uma conduta vedada pelo ordenamento jurídico", pontuou.

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