Saiba quem pode receber a vacina contra a covid-19 no Espírito Santo
Municípios podem imunizar todos os idosos a partir de 60 anos, mas precisam seguir um escalonamento das faixas etárias mais altas para as mais baixas
A vacinação contra o novo coronavírus teve início há exatamente um mês no Brasil, logo após a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso emergencial da CoronaVac. Entretanto, o avanço da imunização tem causado muitas dúvidas na população. Uma das mais recorrentes é sobre quem pode ou não ser vacinado neste momento.
No último sábado (13), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) publicou, no Diário Oficial, uma resolução que autoriza a imunização contra a covid-19 de toda a população com mais de 60 anos no Espírito Santo. Entretanto, os municípios capixabas deverão obedecer a um escalonamento das faixas etárias a serem atendidas.
Isso significa que somente quando forem imunizados 90% dos indivíduos de uma determinada faixa etária, poderá ser iniciada a vacinação de um novo grupo, com faixa etária inferior. Dessa forma, somente quando um município vacinar 90% dos idosos com 90 anos ou mais, por exemplo, ele poderá começar a imunizar os indivíduos entre 85 e 89 anos e assim por diante.
No entanto, alguns municípios estão vacinando idosos com menos de 90 anos antes de alcançar o percentual necessário para passar para a próxima etapa. Foi o que ocorreu, por exemplo, na Serra, o primeiro município capixaba a iniciar a vacinação de idosos de 85 a 89 anos.
A população dessa faixa etária, no município, começou a receber as doses do imunizante na última terça-feira (16). Até aquele dia, menos da metade dos idosos com 90 anos ou mais haviam sido vacinados contra a covid 19, na Serra, de acordo com a própria Secretaria Municipal de Saúde.
"A gente espera que as famílias e os amigos se sensibilizem e sensibilize os seus idosos acima de 90 anos, ajudem eles a comparecer nas unidades de saúde, para poder fazer a vacinação", destacou a secretária de Saúde da Serra, Sheila Cruz.
De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde do Estado, Luiz Carlos Reblin, seguir adiante com a vacinação antes de atingir o percentual estabelecido pela Sesa pode prejudicar a imunização nos municípios. Segundo Reblin, a imunização pode acabar sendo interrompida.
"Nós fizemos um planejamento integrado, do Estado com os municípios, pactuamos dessa forma, e aquela cidade que tentar fazer um modelo diferente pode ter dificuldade na quantidade de doses disponíveis para fazer aquela aplicação. Então é recomendável que todas as cidades possam seguir esse planejamento, para que a gente não tenha a necessidade de interromper a vacina naquele local, para que a população conheça exatamente quem são os grupos que estão sendo vacinados naquele momento", destacou.
O subsecretário explica que a vacinação dos profissionais de saúde também precisou ser escalonada. A preferência é daqueles que atuam em hospitais, clínicas, ambulatórios e laboratórios, incluindo os trabalhadores de apoio ou da administração.
"Tem uma decisão de vacinar 100% dos trabalhadores. Só que ela também é graduada, porque não tem vacina para vacinar todos de uma única vez. Por isso tem o escalonamento, quais são os grupos onde eles atuam. E hoje o ministério (da Saúde) incluiu, e o Espírito Santo também repetiu, a necessidade de um cadastro, que é o Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde. Todo profissional de saúde, independente de onde ele atua, precisa estar cadastrado nesse sistema. Hoje só será vacinado quem, de fato, estiver incluído nesse cadastro", afirmou Reblin.
Depois de concluída a vacinação dessa parcela de profissionais da saúde, será iniciada a vacinação dos demais, começando por aqueles com 60 anos ou mais e que estejam na ativa. Os conselhos de classe são responsáveis por providenciar a listagem.
Início da vacinação
Há um mês, no dia 18 de janeiro, uma segunda-feira, chegavam ao Espírito Santo as primeiras doses da CoronaVac, vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan. No dia seguinte, os municípios capixabas deram início à imunização dos integrantes do grupo considerado prioritário.
"Nós já vacinamos a população com a primeira dose: dos asilos, quem tem mais de 60 anos; das pessoas que vivem em abrigamento porque têm alguma deficiência grave, de qualquer idade; e da população indígena aldeada, ou seja, índios que vivem em aldeia. E também os trabalhadores de saúde", listou Reblin.
Pouco mais de duas semanas depois, a vacinação foi ampliada para outros integrantes do grupo. Com isso, começaram a receber as doses os idosos com 90 anos ou mais, com a aplicação feita nas unidades básicas de saúde ou nas residências dos acamados.
Na última quarta-feira (17), começou a ser feita a aplicação da segunda dose da CoronaVac. As primeiras cidades que iniciaram essa aplicação foram Vitória e Cariacica. A recomendação é de que a segunda dose do imunizante seja aplicada em um intervalo de 14 a 28 dias após a primeira.
Com informações da repórter Fernanda Batista, da TV Vitória/Record TV