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Após registro de 5 mortes por coronavírus, Itália isola ao menos 11 cidades

No entanto, as autoridades ainda não identificaram a origem do contágio, que nesta segunda-feira se espalhou por mais regiões e levou a Áustria a interromper temporariamente o tráfego ferroviário através de sua fronteira com a Itália

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação
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O governo da Itália anunciou a quinta morte provocada pelo novo coronavírus no país nesta segunda-feira, 24. A quinta vítima é um idoso de 88 anos, morador de Caselle Lanne, na Lombardia. Desde domingo, 23, as autoridades italianas estão controlando ao menos 11 cidades na região norte - elas estão em quarentena, uma tentativa de evitar a propagação da doença.

Ao todo, cerca de 43 autoridades locais determinaram restrições à entrada e saída de pessoas. Quem não respeitar poderá ficar detido por até três meses.

Autoridades de proteção civil disseram que 219 pessoas deram positivo para o novo coronavírus na Itália e cinco morreram. Uma foi curada.

A polícia italiana também monitora postos de controle em cidades em quarentena no norte do país nesta segunda-feira, enquanto as autoridades tentaram conter casos do coronavírus que fizeram da Itália o principal local do surto na Europa.

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No entanto, as autoridades ainda não identificaram a origem do contágio, que nesta segunda-feira se espalhou por mais regiões e levou a Áustria a interromper temporariamente o tráfego ferroviário através de sua fronteira com a Itália.

"Esses rápidos desenvolvimentos no fim de semana mostraram a rapidez com que essa situação pode mudar", disse a comissária de saúde da UE Stella Kyriakides em Bruxelas. "Precisamos levar essa situação muito a sério, mas não devemos ceder ao pânico e, ainda mais importante, à desinformação."

Os italianos que viajam para o exterior também começam a sentir o temor das autoridades de outros países em relação a eles. Um ônibus cuja origem era Milão foi barrado pela polícia na cidade francesa de Lyon para que os passageiros pudessem realizar exames.

Além desse caso, pelo menos um avião da Alitalia, a principal companhia aérea da Itália, foi bloqueado na pista ao pousar nas Ilhas Mauricio. O Ministério das Relações Exteriores da Itália disse que estava trabalhando para fornecer "a máxima assistência aos italianos a bordo". Muitos italianos estão viajando esta semana para as férias escolares no meio do inverno.

Carnaval de Veneza e semana de moda afetados

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O tradicional carnaval de Veneza foi suspenso no último domingo. O evento teve início em 8 de fevereiro e iria até o dia 25, terça-feira. Anualmente, a cidade recebe nesta época milhares de pessoas de todo o mundo.

Os temores se espalharam, também, pela capital da Lombardia, Milão, cidade considerada o centro financeiro da Itália. Os dois últimos desfiles da Milan Fashion Week, programados para segunda-feira, foram cancelados.

O vice-ministro da Saúde da Itália, Pier Paolo Silveri, disse que o país está apelando ao "senso cívico" dos italianos para respeitar as medidas de contenção nas duas semanas que a quarentena impõem.

Os casos crescentes surpreenderam o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, já que a Itália impôs medidas mais rigorosas do que qualquer outro país europeu depois que os primeiros casos foram relatados na China.

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A Itália, em 31 de janeiro, por exemplo, proibiu voos para China, Taiwan, Hong Kong e Macau, rastreou todos os passageiros que chegavam em seus aeroportos e declarou estado de emergência para liberar fundos para medidas de contenção.

Temor na Croácia, Eslovênia, Romênia, França e Albânia

Países vizinhos da Itália, Eslovênia e Croácia, destinos populares para turistas italianos e cujos cidadãos muitas vezes viajam para a Itália, realizavam reuniões de crise nesta segunda-feira. A Croácia anunciou que monitoraria todos os viajantes vindos da Itália, incluindo crianças croatas que retornam de viagens escolares.

O primeiro-ministro romeno, Ludovic Orban, disse que qualquer pessoa que entrar na Romênia, de qualquer região onde o vírus está presente, ficará em quarentena por 14 dias. A mídia local informou que os passageiros que chegavam estavam apenas preenchendo um formulário.

Na França, o governo orientou a qualquer pessoa que tenha visitado a região da Lombardia ou Vêneto - as duas mais afetadas da Itália - a usar máscaras faciais se sair de casa, limitar atividades não essenciais e medir a temperatura duas vezes por dia.

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O Ministério da Saúde francês emitiu o mesmo aviso para quem viajou para a China, Coréia do Sul, Cingapura ou Macau. A França teve 12 casos do vírus identificados e uma morte.

Na Albânia, cerca de 5 mil passageiros que chegavam de avião, balsa e terra estavam sendo monitorados, com foco especial nos pontos de passagem de fronteira para os viajantes da Itália.

O comitê de segurança da saúde da UE se reuniu na segunda-feira para fazer um balanço dos desenvolvimentos, principalmente na Itália. Uma equipe conjunta da Organização Mundial da Saúde e o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças também devem visitar a Itália.

"Menos de dois meses atrás, o coronavírus era completamente desconhecido para nós. As últimas semanas demonstraram a rapidez com que o vírus se espalha pelo mundo e causa amplo medo e perturbação ", disse o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva em Estocolmo.

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Ele afirmou que a OMS está especialmente preocupada com os casos na Itália, Coréia do Sul e Irã, onde o número de mortos pode ter chegado a 50 pessoas na cidade de Qom na segunda-feira.

Irã também sofre com o vírus

O porta-voz do Ministério da Saúde do Irã, Iraj Harirchia, afirmou que o número de mortos pelo vírus permanece em 12 pessoas. No entanto, parlamentar da cidade iraniana de Qom contradiz os números oficiais e diz que 50 pessoas morreram na cidade iraniana de Qom devido ao novo coronavírus apenas neste mês.

O novo número de mortos relatado pelo representante da Qom, Ahmad Amiriabadi Farahani, é significativamente maior do que o último número de casos confirmados em todo o país de infecções que as autoridades iranianas haviam relatado apenas algumas horas antes, de acordo com TV estatal.

No entanto, o governo iraniano rejeita esses números. Farahani também elevou o número de casos confirmados do vírus para 61. Outros 900 casos suspeitos estão sendo testados, disse ele.

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"Ninguém está qualificado para discutir esse tipo de notícia", disse Harirchia, acrescentando que os legisladores não têm acesso às estatísticas do coronavírus e podem estar misturando números de mortes relacionadas a outras doenças como a gripe com o novo vírus, que surgiu pela primeira vez em China em dezembro.

Balanço na China

As autoridades chinesas anunciaram nesta segunda-feira que adiaram sua principal reunião de cúpula política do ano devido ao surto do coronavírus. O país asiático já relatou 2.592 mortes e 77.150 casos de infecções pelo vírus, a maioria na província de Hubei.

A cúpula anual do Congresso Nacional do Povo da China e de seu comitê permanente costumam acontecer todos os anos a partir do dia 5 de março, em Pequim, e durar mais de duas semanas.

A Xinhua, agência estatal de notícias do país, informou que um terço dos 3 mil delegados do congresso são funcionários de províncias ou municípios com relevantes papéis de liderança na linha de frente da batalha contra a epidemia.

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