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OMS declara microcefalia como emergência internacional

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Genebra - A Organização Mundial da Saúde (OMS) declara a microcefalia como uma emergência internacional, mas evita por enquanto incluir o zika vírus no mesmo patamar diante da falta de provas de uma relação comprovada entre os dois fenômenos.

A OMS recomenda a governos de todo o mundo adotar uma política de vigilância máxima. Mas optou por evitar incluir o vírus no alerta diante do número elevado de pessoas infectadas, mas sem qualquer impacto. O Brasil insiste que a relação existe. Mas a OMS argumenta que ainda precisa de provas científicas, uma posição que, conforme o jornal "O Estado de S. Paulo" revelou com exclusividade na semana passada, já causou polêmica entre o governo brasileiro e a entidade internacional.

Nesta segunda-feira, 1º, a entidade reuniu os maiores cientistas sobre o tema, entre eles o brasileiro Pedro Vasconcelos, do Instituto Evandro Chagas. A constatação é de que a microcefalia e desordens neurológicas, pela explosão de casos no Brasil, já seriam uma "emergência de saúde pública de preocupações internacionais" pelo potencial que tem de também acabar afetando outras regiões.

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Até hoje, apenas as doenças H1N1, pólio e ebola receberam tal status. Isso significa que ela vai exigir uma coordenação internacional e que existe um risco de proliferação. A partir de agora, a OMS vai lançar um apelo internacional por recursos para financiar novas pesquisas e tentar determinar a relação entre o vírus e a má-formação. Mas, de forma imediata, a entidade sugere uma série de medidas para tentar conter a proliferação do mosquito.

As medidas não vão incluir a restrição de viagens ao Brasil e de outros países afetados. Mas a OMS sugere que mulheres grávidas tomem medidas extras para se proteger contra mosquitos.

Uma das preocupações da OMS era a de criar um padrão global para dar uma resposta ao problema, evitando que governos adotem medidas extremas, como a de sugerir a seus cidadãos a evitarem os Jogos Olímpicos do Rio ou qualquer cidade brasileira.

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Fontes na OMS admitiram que, em poucos meses, o vírus passou de "suave" para "alerta" e o zika vírus já está em Grau 2 de emergência, numa escala de zero a três.

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), entre 3 milhões e 4 milhões de pessoas poderiam ser contaminadas pelo vírus em 2016 nas Américas. Mas a OMS hesita em chancelar a projeção. Ao jornal, o chefe do Departamento de Surtos da entidade, Bruce Aylward, admite que o zika vírus é "um teste de uma nação" para o Brasil e pede "maturidade" a grupos políticos e atores da sociedade brasileira para superar o desafio.

A constatação ainda é de que os casos vão se espalhar para novos países e regiões. A entidade estima que o vírus pode ser registrado em casos locais no sul da Europa a partir da primavera no Hemisfério Norte.

Demora

O vírus foi descoberto em Uganda em 1947 e os primeiros casos em humanos aconteceram na Nigéria em 1954. Em 1977, ele foi registrado no Paquistão e, 20 anos mais tarde, na Micronésia. A Polinésia Francesa foi alvo de um surto em 2011 e, agora, a OMS estima que todo o continente americano será afetado.

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Apesar da decisão de hoje, no Journal of the American Medical Association, cientistas criticaram a OMS por não terem aprendido as lições do ebola. O temor dos cientistas é de que, mesmo que uma vacina esteja pronta em dois anos, sua chegada ao mercado pode levar uma década.

Num artigo assinado, Daniel Lucey e Lawrence Gostin apontam que o fracasso da OMS em agir levou a milhares de mortes pelo ebola na África. O mesmo cenário poderia ocorrer se uma ação imediata não for tomada.

"Ainda que o Brasil, Opas e o CDC (Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos) tenham agido rapidamente, a sede da OMS até agora não tem sido pró-ativa, dando espaço para potencial ramificações", concluíram.

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