Economia de água: soluções inovadoras promovem sustentabilidade

Que a água é um recurso fundamental para a vida, para a agricultura, para a indústria, além de diversos outros setores essenciais da economia, ninguém pode contestar. Porém, o risco da escassez e os desafios cada vez maiores impostos pelas mudanças climáticas exigem soluções urgentes para garantir a preservação e uso racional. 

E é exatamente em meio a esse cenário que a tecnologia surge como uma aliada indispensável, capaz de transformar a maneira como consumimos e gerenciamos a água. 

De fato, ao pensarmos em desperdício, logo imaginamos uma torneira mal fechada, a mangueira ligada enquanto lavamos o carro ou ficar muito tempo no chuveiro. O que muitas pessoas não sabem é que da estação de tratamento até a água chegar às nossas casas existe um longo trajeto a ser percorrido, e parte dela se perde antes mesmo de chegar às torneiras.

Para se ter uma ideia, no Espírito Santo, de cada dez litros de água distribuídos, quase quatro são perdidos (37,6%), em vazamentos e conexões clandestinas. Para reduzir esse índice, a tecnologia ganha cada vez mais destaque, segundo Kátia Côco, diretora de Engenharia e Meio Ambiente da Cesan. 

"Esse índice de perdas está dentro da média também nacional e a Cesan tem uma série de medidas para redução desse índice de perdas. Eu destaco para um contrato que ele tua em Vitória, em Viana e em Guarapari que ele tem uma meta de redução do índice de perdas para chegar num limite de 21% em cinco anos. Um meta muito audaciosa que a gente visa reduzir em quase que 50% o índice de perdas nesse prazo contratual". 

Projetos e tecnologia

Há um ano, um robô é o responsável pelo mapeamento de 55 mil metros de rede de distribuição de água no Espírito Santo. Mas ele não trabalha sozinho. Conta ainda com apoio da inteligência artificial.

"A gente injeta um robô dentro da rede de abastecimento de água, ele faz imagens para ver como que está a estrutura interna da rede e verificar a integridade dessa rede de abastecimento de água", explicou Kátia.

O interessante é que todas essas imagens coletadas da rede interna de abastecimento de água, são visualizadas, analisadas por meio de uma inteligência artificial responsável por apresentar o resultado da necessidade ou não de trocar a rede analisada. Se houver essa necessidade, independentemente de ter um vazamento imediato, ela será substituída.

Com as tubulações protegidas, o momento é de economizar com o que sai das torneiras, por exemplo.

No Aeroporto de Vitória, milhares de passageiros chegam e partem da capital diariamente. Com quase 30 mil metros quadrados de área, o sistema de abastecimento de água precisa ser bastante robusto para atender a enorme  demanda. 

No local, a tecnologia é utilizada para captar a água do sistema de resfriamento. Após ser tratada, é redistribuída para o terminal. Mais de sete milhões de litros de água foram economizados em 2024.

Consciência e cuidado com o meio ambiente

É importante pontuar que apesar dos investimentos, de acordo com o Instituto Trata Brasil, em 2022, o Espírito Santo não ficou nem entre os dez estados do País, que mais reduziram perdas nos últimos cinco anos. 

João Victor Koppe é especialista em recursos hídricos. Segundo ele, de nada adianta as tecnologias mais avançadas se cada um não fizer a própria parte.

"A população tem que ter a consciência de que apesar de ter muita água disponível no planeta, a água potável para nós ela é reduzida, existe um limite. Então, temos que cuidar dessa água, temos que saber usá-la com consciência, para que não falte para parcelas da população, para que todos possamos ter acesso a  essa água potável de qualidade", alerta.

Segurança hídrica

Você já deve ter ouvido falar bastante a respeito da segurança hídrica, mas sabe de fato o que ela significa? 

O conceito é simples. Está diretamente ligado a garantia de que todos os indivíduos tenham acesso a água suficiente e de boa qualidade atendendo as necessidades atuais e também a médio e longo prazos. Equilíbrio, portanto, torna-se uma palavra-chave, alerta Thiago Furtado, diretor Operacional da Cesan.

"Segurança hídrica nada mais é do que você garantir água para a população, para a agricultura, para a indústria, fundamental a indústria ter água, isso traz também desenvolvimento para o Estado. É um tema muito importante que precisa ser muito bem trabalhado, todos os governos com essas mudanças climáticas, cada vez mais, vem tomando importância o tema e a escassez, né? Segurança hídrica para que não falte água, para que tenha água, não digo em abundância, mas em quantidade suficiente para que todos vivam em um ambiente harmônico".